O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), 80 anos, foi escolhido pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos para receber o Prêmio John W. Kluge, no valor de US$ 1 milhão. O ex-presidente foi o vitorioso pelo conjunto de sua obra acadêmica, por sua vida pública e pela contribuição social no período em que governou o Brasil. O Prêmio Kluge, como é conhecido, será entregue no dia 10 de julho, em Washington, capital norte-americana.
Para o júri que escolheu Fernando Henrique, suas obras contribuíram na “construção científica das estruturas sociais do governo, nas análises sobre as relações de economia e raça no Brasil”. O prêmio é concedido àqueles que desenvolveram estudos nas áreas de sociologia, ciência política e economia. “Ao longo de sua vida, Cardoso fez perguntas difíceis e muitas vezes desafiou a sabedoria convencional”, diz o texto sobre o ex-presidente.
Na página da biblioteca, ele é apresentado como coautor de mais de 23 livros e 116 artigos acadêmicos, com versões para vários idiomas. Também é apresentado como sociólogo que analisou as relações de “dependência excessiva da indústria e do trabalho em subserviência a governos autoritários”. “Cardoso se tornou conhecido internacionalmente por sua visão inovadora e desenvolvida”, diz o texto.
O ex-presidente é lembrado ainda como o intelectual que viveu no exílio durante a ditadura militar brasileira (1964-1985). Fernando Henrique político também é lembrado no texto de apresentação da biblioteca, ressaltando sua eleição para o Senado, sua participação na fundação do PSDB, no Ministério das Relações Exteriores e no Ministério da Fazenda (governo do ex-presidente Itamar Franco) e sua passagem pela presidência da República por dois mandatos.
O prêmio é concedido pelo Centro John W. Kluge da Biblioteca do Congresso. O centro foi criado em 2000 para promover uma integração maior entre o chamado campo das ideias e o mundo – pesquisadores e sociedade. Receberam o prêmio, em anos anteriores, os seguintes cientistas Leszek Kolakowski (em 2003), Jaroslav Pelikan e Paul Ricoeur (em 2004), John Hope Franklin e Yu Ying-shih (em 2006), além de Peter Lamont Brown e Romila Thapar (em 2008).
Agência Brasil