Da redação do JM Online por Devair G. Oliveira
Só agora o povo está se inteirando da realidade ocorrida em Honduras e tomando conhecimento do fato e das leis de Honduras. Felizmente o Congresso, a Suprema Corte e o Exército hondurenhos estão demonstrando grande coragem, enfrentando sozinhos
O Brasil, os Estados Unidos, a Venezuela, o Equador, Bolívia a Argentina, a Nicarágua.
Também em nome da democracia se faz injustiça, muitos leitores estão sendo mal informado por este fato, pois na realidade o que ocorreu em Honduras foi tudo dentro da lei e da ordem, a constituição de Honduras reza que perderá o mandato o presidente que por qualquer via procurar se reeleger e ainda bem que os militares deste pequeno país tiveram a coragem de fazer cumprir a lei, ou será que qualquer um em sã consciência não sabe que um presidente detém poder suficiente para em nome da democracia se manter no poder, e neste caso o Brasil fez escola com a invenção da reeleição por FHC, que numa jogada que costurou com o congresso, criou-se mais um mandato que tanto mal tem feito a democracia, tentaram um terceiro mandato de Lula, estes mesmos congressistas queriam que Lula perpetuassem no poder como Chaves.
Em Honduras se não fosse a determinação e surpreendente força moral tudo estaria perdido. Teríamos um novo Chávez, com apoio do presidente americano.
O caso de fato como ocorreu
A questão de um exército interferir nas relações de poder dentro de um país voltou de forma dramática ao cenário da A. Latina.
Quando Manuel Zelaya convocou o plebiscito para tentar o segundo mandato, o que poderiam fazer o Congresso, a Suprema Corte Hondurenha, enfim, os poderes constituídos? Após declararem o ato do governo como totalmente inconstitucional, uma afronta direta a uma cláusula pétrea, a quem deveriam se dirigir os congressistas e juízes? No palácio? Lógico que não, recorreram às forças armadas que existem para garantir a constituição e a ordem, tudo foi feito dentro da lei, sem maiores alardes poderiam ter trancafiado o presidente Zelaya a espera de um julgamento por traição. Recorreram ao que existe para situações como essa, ao Exército, que é o guardião armado da Constituição. Cumprindo o dever, os militares passaram a mão no candidato a se perpetuar no poder querendo ser o Chávez de Honduras, foi preso e colocado de pijamas em um avião para Costa Rica.
Possivelmente a melhor saída foi essa. O exército hondurenho cobriu-se de honra. Deu uma sacudida em todo o continente latino-americano, mostrando que os militares ainda podem garantir uma democracia, ao contrário, por exemplo, dos companheiros de Chávez, o exército venezuelano.
Acredito que se tivesse tomado conhecimento das leis de Honduras muitos países inclusive o Brasil teria sim reconhecido o novo presidente que irá conduzir o país até a próxima eleição, a principio eu também pensei que fora um golpe, mas depois lendo melhor sobre o assunto entendi que cumpriram o que determina a lei máxima daquele país.
E por que, Brasil e quase o mundo todo estão contra Honduras
Neste caso é necessária uma reflexão saber exatamente o que ocorreu em Honduras e o que está por detrás deste fato para tirar suas conclusões.
A principal razão foi a condenação feita por Obama, classificando o ato de golpe militar. Atuou como um homem de esquerda, o que foi coerente com seu passado – o mais esquerdista de todos os senadores americanos. Mas parecia estar mal informado e confuso e passou a exigir de Honduras o absurdo, o completo non-sense: a volta do criminoso. Sem o mínimo de bom senso, decidiu que os militares hondurenhos haviam feito o que seus antecessores gostavam de fazer, derrubar presidentes. Não examinou em profundidade a situação e as consequências funestas da intervenção americana. Apegou-se a um clichê e achou que estava dando um recado de democracia para o mundo. A imprensa do mundo todo noticiou um golpe e logo o Brasil embarcou na de Obama e agora está numa situação embaraçada, o mundo começa a tomar conhecimento dos fatos reais.
O Brasil e os Estados Unidos se quiserem mesmo fortalecer a democracia não poderão impor a volta de zelaya, o melhor que fazem é dar sustentação ao governo provisório de Honduras e fiscalizarem as eleições do próximo presidente.
O erro foi achar que estaria fortalecendo Chávez ao concordar com os militares hondurenhos.
Felizmente o Congresso, a Suprema Corte e o Exército hondurenhos estão demonstrando grande coragem, enfrentando sozinho o Brasil, os Estados Unidos, a Venezuela, o Equador, Bolívia a Argentina, a Nicarágua, Europa. Sem essa determinação, sem essa surpreendente força moral tudo estaria perdido. Teríamos um novo Chávez.
Declaração de Michelleti: “Não queremos ficar como os venezuelanos, os equatorianos, e os bolivianos. Queremos um país livre e democrático.”
Essa declaração serviu como pressão, Chávez ameaçando, falando em tropas na fronteira, e de uma hora para outra pode até ocorrer uma batalha real no pequeno país. Para muitos analistas essa declaração foi uma bobagem tão grande que pode armar as condições para que Zelaya possa começar – com o apoio armado de Chávez- uma guerrilha em Honduras.
Casos como este servem para que façamos uma reflexão, será que agora podemos ficar tranquilos. Depois dessa, será que falarão em um terceiro mandato para Lula.