Por Devair G. Oliveira
LAJINHA (MG) – A população de Lajinha ainda está trabalhando na limpeza das ruas e das casas, o movimento do CRAS de Lajinha estes dias estão bastante intenso com a coleta de donativos para os desalojados que chega a 300, até o vice-prefeito Serginho Corrêa hoje, 11/4 estava ajudando na separação de alimentos e roupas que estão sendo distribuídas para as famílias que tiveram suas casas invadidas pela água.
Segundo Serginho hoje a situação está mais tranquila todas as famílias já foram provisoriamente abrigadas e a prefeitura está fazendo todo esforço possível para amenizar o sofrimento daqueles que perderam seus utensílios e tiveram que abandonar suas casas. Conversamos com algumas pessoas que provavelmente não poderão voltar mais para suas casas, pelo menos oito (8) sobrados no centro de Lajinha não terão condições de serem habitados, visto que foram construídos a beira do rio e foram condenados pelos bombeiros e Defesa Civil.
As pessoas estão inconformadas, com a possibilidade do prejuízo outros querem que a prefeitura arque com as despesas, indenizem os moradores que não poderão mais voltar para suas casas. Segundo informação de populares a ordem é abandonar as casas, bombeiros militares e a Defesa Civil avaliaram algumas casas e chegaram à conclusão que elas não tem mais condições de serem habitadas, algumas estão cedendo e aos poucos caindo para o lado do rio, 8 casas foram condenadas e hoje funcionários da CEMIG estavam desligando a energia das casas.
Simone, que morava com mais 4 pessoas da família teve que deixar o apartamento da parte de cima de um sobrado, perto da ponte, a estrutura foi abalada e ela teve que mudar, as pessoas que não tem para onde ir foram levadas para o poliesportivo, “eu sinceramente não sei o que fazer até agora ninguém me falou nada nem a Defesa Civil, só disseram que teríamos que sair, mas sobre a casa nada foi dito, se a prefeitura vai indenizar ou não, ou se teremos outro terreno para construir outra casa”. Comentou Simone.
Um senhor está irredutível ninguém conseguiu convencê-lo de sair de sua casa, tentamos falar com ele, mas educadamente pediu desculpas e disse não ter cabeça para falar conosco, a luz foi cortada no momento que estávamos conversando com as pessoas, são casas boas no centro da cidade, mas construída praticamente dentro do rio.
Sobre o que geralmente se falam é que as águas invadem as residências, mas na realidade as águas nunca invadem as casas, são as pessoas que invadem o leito dos rios para construir suas moradias, e de vez em quando o rio necessita de um pouco mais de espaço e neste momento as águas não pedem licença para passar no lugar que eram delas.
São os erros do passado, que terão cedo ou tarde que serem resolvidos pelos prefeitos e vereadores, na realidade quando o caso envolve pessoas eles vão empurrando para frente com medo de perder votos, fecha os olhos para as construções irregulares e assim vão passando o tempo.
As fortes chuvas que caíram nas cabeceiras do rio São Domingos terça-feira, 09/04, fez com que a água atingisse os sobrados até acima das janelas, um sobrado de dois andares na esquina da ponte já cedeu bastante para o lado do rio conforme foto ao lado.
Conversando com o pastor Sávio ele nos disse que teve informação que essa enchente não foi só das chuvas e sim de uma tromba d’água que teria caído na região de Ibatiba ES, pois o rio subiu rapidamente pegando todos de surpresa.
Equipes da PM se mobilizaram e verificaram que o nível das águas estava subindo rapidamente, e só não foi pior porque várias pessoas foram avisadas e por volta das 22 horas rapidamente as casas do bairro Sagrada Família e as casas e ruas em torno da rodoviária ficaram alagadas.
Duas barreiras caíram, uma fechou a MG 441 sentido Lajinha à Ibatiba, próximo ao trevo que dá acesso ao Córrego de Crisciúma e outra no sentido Lajinha a Durandé.
Segundo alguns moradores o alerta da polícia que percorreu os lugares de risco foi suficiente para retirarem alguns objetos, mas muitos perderam praticamente tudo.
Por volta de 02h30min, o nível das águas começou lentamente a baixar. Durante a madrugada e manhã de terça-feira, moradores e comerciantes começaram a fazer a limpeza e contabilizar os prejuízos. O abastecimento de água também foi prejudicado.