Sul de Minas: Projeto de Pesquisa para geração de energia a partir do lixo

608

Localizada em Boa Esperança (MG), iniciativa de FURNAS tem processo inovador com tecnologia 100% nacional

As obras da Usina Termoquímica de Geração de Energia (UTGE) de Boa Esperança avançaram em mais uma etapa. Com a renovação da licença ambiental, o projeto de Pesquisa & Desenvolvimento + Inovação (P&D + I) de FURNAS para a geração de energia elétrica a partir do aproveitamento de resíduos sólidos urbanos se prepara para começar os primeiros testes, em fevereiro de 2019. A renovação foi liberada no último mês e concedida pela Superintendência Regional de Meio Ambiente de Minas Gerais (Supram-MG).

“Desde o início da execução, FURNAS e a Carbogás Energia, que atuam em parceria, cumprem rigorosamente todos os trâmites necessários para o andamento do projeto. A renovação da licença garante a segurança necessária para o desenvolvimento até o final de todas as etapas, incluindo os testes e a possível operação comercial”, destaca Cassius Ferreira, engenheiro mecânico da Gerência de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Tecnológica de FURNAS.

Após as fases iniciais de terraplanagem e montagem do galpão e canteiro de obras, a UTGE recebeu, em julho, o reator termoquímico, que segue na fase de montagem. Considerado o coração do projeto de P&D + I, o reator terá a função de transformar o combustível derivado de resíduo (CDR) em um gás para alimentar a caldeira e a turbina a vapor. Após a conclusão da montagem, iniciam-se os testes do equipamento.

“Entre as inovações está o desenvolvimento de uma composição específica do CDR para a geração de energia térmica. FURNAS apresentará ao país e especialistas do setor a composição ideal para geração térmica”, reforça Cassius.

Com investimento de R$ 32 milhões, o projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D+I) deve gerar 1MW, o que corresponde a 25% de toda energia utilizada no município de Boa Esperança.

Tecnologia pioneira

O projeto de Pesquisa e Desenvolvimento de FURNAS, inscrito na ANEEL sob o nº PD-0394-1602/2016, trata do desenvolvimento de uma Unidade de Aproveitamento Energético de Resíduos Sólidos Urbanos. A tecnologia em desenvolvimento foi escolhida a partir de cuidadoso trabalho de prospecção das alternativas existentes no mercado nacional e internacional. A Gaseificação em Leito Fluidizado pode ser aplicada como uma solução socioambiental inovadora e 100% nacional.

“O projeto se baseia na tecnologia de gaseificação, que é bastante diferente da incineração. As emissões atmosféricas são muito baixas, sendo uma tecnologia de fácil compreensão, permitindo a destinação completa dos resíduos sólidos urbanos. Quando pronta, a usina utilizará um reator termoquímico para a produção de um gás combustível, que será convertido em energia elétrica”, explica Nelson Araújo, gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação de Furnas.

O processo pode auxiliar na redução da contaminação do solo e lençóis freáticos pelo chorume proveniente do lixo, além de atender à lei 12.305/10 – Política Nacional de Resíduos Sólidos, bem como as resoluções ambientais de emissões atmosféricas.

Sobre Furnas

Uma das mais importantes empresas do setor de energia no mercado nacional e internacional, Furnas atua na geração, transmissão e comercialização de energia elétrica, com ativos localizados especialmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis por cerca de 80% do PIB brasileiro. Com 61 anos de trajetória marcada pelo pioneirismo e expertise no setor elétrico brasileiro, a empresa utiliza a força da água para gerar 95% de sua energia, garantindo o fornecimento ao Sistema Interligado Nacional. Furnas está presente em 15 estados e no Distrito Federal e possui um parque gerador com 21 usinas hidrelétricas, três parques eólicos e duas termelétricas. Considerado a espinha dorsal da transmissão de energia elétrica no Brasil, o sistema de transmissão da companhia abrange 82 subestações e aproximadamente 30 mil quilômetros de linhas. Nos últimos anos, Furnas colocou em operação obras importantes, como o 1º Bipolo do Linhão de Belo Monte, a UHE São Manoel e a UHE Santo Antonio, que juntas acrescentaram o total de 4.300 MW de capacidade instalada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), energia para mais de 20 milhões de habitantes.

CDN Comunicação

FAÇA UM COMENTÁRIO

Por favor digite um comentário
Por favor digite seu nome aqui