Santos vence Peñarol e conquista Copa Libertadores

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Seguido por Elano, Danilo explode de alegria ao marcar o segundo do Peixe. Foto: Ricardo Saibun/Gazeta Press

Vitória por 2 a 1 credencia clube para a o Mundial de clubes da Fifa em dezembro

A espera de 48 anos chegou ao fim. Na noite desta quarta-feira (22), no abarrotado Pacaembu, o Santos sofreu no fim, mas, com gols de Neymar e Danilo, voltou a vencer a Copa Libertadores ao derrotar o Peñarol por 2 a 1, coroando os atuais Meninos da Vila e os elevando ao status de a principal geração depois da equipe de Pelé.

Para isso, o principal nome do clube e grande estrela do futebol brasileiro não fugiu à responsabilidade. Aos 19 anos, Neymar novamente se destacou.

Depois de apagado no primeiro tempo, despertou na etapa final e fez o gol do título logo no primeiro minuto do segundo tempo. Depois, levou à loucura os marcadores com seus dribles, sofrendo com a violência uruguaia.

O time atual é o terceiro chamado de Meninos da Vila, o primeiro a vencer uma Libertadores. Com isso, supera a equipe de 1978, que contava com Juary e Pita, vencedora de um Estadual, e a de 2002, com Robinho e Diego, que abocanhou dois Brasileiros.

Por sinal, essa última geração, que contava com Léo e Elano, havia batido na trave na Libertadores, com o vice de 2003. Coube, portanto, a Neymar cicatrizar a ferida e resgatar a tradição santista, bicampeã do torneio em 1962-1963 sob a batuta de Pelé.

Conquista que coroa também o treinador Muricy Ramalho. Tetracampeão do Brasileiro, o comandante calou os que o criticavam por nunca ter tido êxito no torneio, depois de sofrer com traumáticas eliminações à frente do São Paulo na última década.

Agora, o comandante estará à beira do campo em Tóquio (JAP), no mês de dezembro, quando o Santos tentará o tricampeonato mundial de clubes. Poderá acontecer o esperado duelo contra o Barcelona (ESP) de Messi na decisão.

Ganso se destaca no primeiro tempo

O Santos começou o jogo com Ganso entre os titulares. Com isso, Muricy Ramalho colocou Danilo na lateral direita e Pará ficou no banco de reservas. Apesar de visivelmente sem ritmo de jogo, o camisa 10 santista foi um dos mais lúcidos de um tenso Santos no primeiro tempo.

No início o Peixe até deu a falsa impressão de que sufocaria o Peñarol. Em oito minutos, Elano deu precisos cruzamentos para Arouca e Durval cabecearem para fora e, da intermediária, obrigou Sosa a espalmar perigoso chute.

Porém, aos poucos, a marcação e aplicação do Peñarol começaram a se sobressair, o que deixou nervosos os jogadores do Santos, que começaram a cometer erros. Foi aí que Ganso, embora bem vigiado, passou a se destacar por seus passes precisos.

A primeira linda enfiada por pouco não deixou Neymar na cara do gol, mas o atacante foi travado. Entretanto, a segunda metida de bola para o atacante, aos 30min, resultou em falta quase na risca da grande área. Elano cobrou no ângulo e Sosa novamente espalmou.

Seguro na defesa, os uruguaios estavam tímidos no ataque. Martinuccio, destaque da equipe no torneio, pouco incomodou a defesa santista. Aos 37min, González, machucado, deu lugar a Albin. Aos 43min, Léo apareceu sozinho na área, mas chutou de perna direita, para fora.

A tensão que tomava conta do Pacaembu e travava até o canto da torcida chegou ao fim logo no primeiro minuto do segundo tempo. Arouca, que teve ótima atuação, tabelou com Ganso e arrancou, dando preciso passe para Neymar na grande área. O atacante bateu colocado, entre a trave e Sosa, e se ajoelhou para celebrar o gol, sendo abraçado pelos companheiros.

A partir daí, o até então leal Peñarol se descontrolou e Neymar virou alvo das provocações e violência uruguaia. Abusado, não se intimidou e mandou rente ao travessão aos 8min.

Apostando nos contra-ataques, o Peixe ampliou aos 23min. Danilo avançou pela direita, invadiu a área, driblou Darío Rodríguez e bateu cruzado, fazendo um lindo gol e levando ao delírio o torcedor no Pacaembu.

Contudo, como boa final de Libertadores, o drama tomou conta dos últimos minutos. Aos 34min, o Peñarol descontou. Durval cortou errado cruzamento rasteiro e encobriu Rafael. Para dar mais agonia aos torcedores santistas, Zé Eduardo, livre na pequea área e com o goleiro batido, cabeceou para fora aos 37min, em inacreditável chance perdida.

Aos 44min, Neymar pôde fechar com chave de ouro, mas a arrancada fulminante terminou com a bola caprichosamente batendo na trave. No rebote, Zé Eduardo chutou para fora. O que, em nada, estragou a linda festa da torcida santista, que cantou alto o hino do clube nos acréscimos.

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