O temido racionamento de água, que pode ser implantado em Belo Horizonte no mês de maio, já é realidade em municípios do interior de Minas Gerais. A crise hídrica do Estado foi assunto mais uma vez nesta sexta-feira (23), durante entrevista coletiva do governador Fernando Pimentel (PT).
Segundo Pimentel, 49 das 224 cidades que não são atendidas pela Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) estão em sistema de racionamento. Outras 14 fazem rodízio no abastecimento e 36 atualmente estão em alerta por causa da seca. Já entre os municípios que fazem parte da rede da Copasa, 87 têm restrições no fornecimento de água. Dois deles, Campanário, no Vale do Rio Doce, e Urucânia, na Zona da Mata, estão em situação de colapso. O governador anunciou a criação de uma força-tarefa entre secretários estaduais e presidentes de empresas e autarquias para a elaboração e execução de projetos destinados a minimizar o problema. Na próxima semana, Pimentel também irá se reunir com a presidente Dilma Rousseff em busca de apoio nas ações desenvolvidas pelo Estado.
A presidente da Copasa, Sinara Meireles Chenna, alertou na quinta-feira (22) para a possibilidade de a Grande Belo Horizonte ficar sem água se não chover e se a população não fizer economia drástica. Das 34 cidades da região metropolitana, a Copasa fornece água em 31. Todas já sofrem com a escassez por conta da seca nos reservatórios. Por isso, o objetivo da Copasa é que as casas consigam economizar 30% do recurso. Podem ser afetados 5,7 milhões de habitantes.
O racionamento e a cobrança de taxa extra para consumidores que não entrarem na linha pode ser adotado ainda no primeiro semestre de 2015. Outra aposta da Copasa é a conclusão de obras para evitar o desperdício da rede, que hoje atinge 40% antes mesmo de chegar a casas e indústrias.
Com a situação preocupante, a Copasa vai encaminhar para o Igam (Instituto Mineiro de Gestão das Águas) o pedido de declaração de escassez de água. Com a aprovação do documento, a Copasa pode oficializar o rodízio durante períodos do dia e multar consumidores pelo desperdício.