As famílias que perderam suas casas ou tiveram seus imóveis removidos de áreas de risco após as chuvas que atingiram o município de Angra dos Reis, no litoral sul fluminense, em janeiro do ano passado, começam a receber hoje (18) as chaves dos apartamentos construídos pelo governo. Nessa primeira fase, serão entregues 140 unidades do Condomínio Cidadão, no bairro do Areal.
O conjunto, composto por sete blocos de cinco andares, com quatro apartamentos de 46 metros quadrados por andar, demorou seis meses para ser construído e resulta de uma parceria entre a prefeitura de Angra dos Reis, o governo do Rio de Janeiro e o governo Federal.
A secretária de Ação Social do município, Jane Veiga, ressaltou que o local conta com “bons apartamentos” e infraestrutura de lazer, mas que a grande vantagem é a segurança. “Essas famílias vão poder dormir e acordar com segurança, sem medo das chuvas principalmente durante a madrugada. Hoje, elas terão um teto seguro para morar”, afirmou.
De acordo com a prefeitura, a distribuição dos moradores nas unidades foi baseada em uma pesquisa preenchida pelas famílias, em que puderam apresentar suas preferências.
Além disso, a Comissão Reestruturar – criada para acompanhar os trabalhos de recuperação do município – levou em consideração critérios como a existência de pessoas com deficiência, idosos e crianças nas famílias. Nesses casos, a prioridade o andar térreo. Além disso, famílias que têm animais de estimação ficarão próximas, ocupando os blocos 2, 3 e 7.
Outros dois condomínios estão sendo construídos nos mesmos moldes, totalizando 800 unidades habitacionais. A previsão de entrega das novas moradias é até maio.
O prefeito de Angra dos Reis, Tuca Jordão, se comprometeu a pagar mais dois meses de aluguel social para cada uma das famílias beneficiadas após a entrega dos apartamentos. Os recursos servirão para ajudar na colocação do piso e demais despesas decorrentes da mudança. Atualmente 1.235 famílias recebem o benefício, no valor de R$ 510.
O estudante Patrick Pereira, de 18 anos, trabalhou como voluntário na época da tragédia e contou que, embora muitas medidas tenham sido tomadas pelo poder público para reduzir os riscos de novos deslizamentos e desabamentos, a população ainda tem medo.
“Tem muita gente que mesmo sabendo que a casa está em área de risco prefere continuar morando lá. Muitos imóveis foram removidos, mas a gente ainda vê casas que podem desabar e isso dá medo porque a tragédia do ano passado foi muito séria. O que eu vi no Morro da Carioca mexeu muito comigo”, disse.
De acordo com a Secretaria Estadual de Obras, os governos estadual e federal estão investindo R$ 110 milhões na construção das moradias e em obras de contenção de encostas.
Agência Brasil