Os alunos que ocupavam a entrada do Campus do Gragoatá, da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, região metropolitana do Rio, desde o dia 28, resolveram terminar o protesto, no início da noite de hoje (2), após a chegada de agentes da Polícia Federal e de policiais militares. Segundo o vice-presidente da Associação de Docentes da UFF (Aduff), Gustavo Gomes, o número de policiais foi desproporcional à quantidade de alunos no local. “Entre policiais da Polícia Militar e da Polícia Federal deveriam ter cerca de 30 ou 40”, disse à Agência Brasil.
No campus, segundo Gustavo Gomes funcionam as faculdades de História, de Serviço Social, de Ciência Política, de Educação e de Economia. O professor da Faculdade de Serviço Social informou que a permanência dos alunos no protesto era uma forma de garantir o pagamento de funcionários terceirizados que estão com os salários atrasados. “Por conta do não pagamento dos funcionários terceirizados, eles estavam com esse protesto ocupando [o campus] como forma de proteção aos funcionários, que não têm estabilidade no emprego e podem ser demitidos se não forem trabalhar, apesar de não receberem o salário regularmente”.
Além do Campus do Gragoatá, na manhã de hoje, por volta das 6h, um grupo de alunos fez uma barreira na entrada do Campus do Valonguinho, onde ocorreu um tumulto quando um professor, que não aderiu à greve, usou um pé de cabra para quebrar a corrente que fechava o portão e impedia a entrada. Discussões foram travadas entre quem queria entrar para as aulas e os que faziam a manifestação. Os alunos que participavam do protesto acusaram o professor de química de depredar o patrimônio público. O professor se defendeu afirmando que tinha direito de entrar e sair do prédio.
Em nota a UFF, informou que a interdição de campus coloca em risco, em alguns casos, anos de dedicação em pesquisas de ponta, além de significar uma clara subtração do direito constitucional de ir e vir, um constrangimento de caráter autoritário à mobilidade de estudantes, professores e pesquisadores e uma apropriação particularizada do espaço público.
“No Valonguinho, foram ameaçadas pesquisas que usam de cultura e biotério; no Gragoatá, o acesso à Coseac foi proibido, colocando em risco um concurso para técnico-administrativos com 14.000 candidatos, o vestibular do Cederj, que possibilita ingresso de milhares de estudantes ao ensino superior e a inscrição da UFF no Sisu 2015”, diz a nota. “Esta ação tem por objetivo recuperar o campus para sua apropriação coletiva, através de regras construídas por toda a toda a comunidade universitária, indistintamente, que é a sua finalidade principal”, completou.
Os grevistas da UFF pedem ainda melhores condições de trabalho e reestruturação do plano de carreira.
Agência Brasil