Dilma e Marina não foram bem no debate, Plínio ganhou

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Por Devair Guimarães de Oliveira

Plínio chegou surpreendendo em sua chegada, no início do debate presidencial da TV Band, o primeiro desta campanha presidencial, o candidato do Psol, Plínio de Arruda Sampaio: “Vocês pensavam que só tinham três [candidatos]. Apareceu um quarto. E tem outros”, disse Plínio. Durante todo o debate, ele criticou as regras eleitorais, que privilegiam os maiores partidos e tolhem as chances dos candidatos menores, como ele.

A candidata Dilma e Marina foram as maiores perdedoras desse debate, a Dilma demonstrou um pouco de insegurança principalmente quando foi surpreendida por Serra ao criticar a falta de apoio do governo Lula as Apaes. Depois deste debate ninguém terá coragem de fazer um sem a presença do candidato do Psol Plínio, nas próximas pesquisas já vamos sentir o efeito do confronto de idéias. Serra vai crescer um pouco, Plínio tende a ser o campeão da subida, Marina fracassou e deve ser superada pelo candidato do Psol Plínio de Arruda Sampaio, não nesta primeira pesquisa, mas ao começar o horário político e nos próximos debates Plínio tem condições de alcançar e até ultrapassar a Marina como ficou demonstrado neste primeiro confronto de idéias com bom humor, conseguiu repassar as propostas políticas. Plínio centrava a discussão em três temas que, segundo ele, trazia por sugestão dos movimentos sociais: desapropriar todas as áreas acima de mil hectares, punir desmatadores de florestas e reduzir a jornada de trabalho.

É evidente que no Brasil no atual sistema a campanha irá levar Dilma e Serra para o segundo turno, o poder econômico ainda dita às regras na política brasileira, mas serve para uma profunda reflexão os votos dos outros candidatos, que aí não entram apadrinhamento, a máquina governamental e nem dinheiro para pagar cabos eleitorais, são na verdade os votos que poderíamos chamar de legítimos.

Sinceramente é uma covardia comparar o Brasil de agora com o de 10 anos atrás, sem comparar o passado e olhando o presente e a experiência de cada candidato, Serra apresenta como o mais preparado, é firme em suas colocações e já provou por tudo que fez como ministro, deputado, governador e prefeito que é competente.

Terceiro bloco

No terceiro bloco do debate, Marina questionou Plínio sobre suas propostas de política social. O candidato do PSOL defendeu uma “distribuição radical” de renda. “Vocês estão propondo medidas de melhorias, isso não vai resolver, porque é brutal a diferença entre o rico e o pobre neste país”, respondeu o candidato.

Dilma perguntou a opinião de Serra sobre duas ações do governo Lula: a política para a indústria naval e o programa Luz para Todos, de eletrificação rural. Serra defendeu maior produção nacional de componentes. Afirmou que o Luz para Todos é um bom programa “financiado pelos consumidores” e um “prolongamento” do Luz no Campo do governo FHC.

Serra questionou Dilma sobre saúde. “Por que houve o encolhimento de cirurgias de cataratas, varizes, próstatas e muitas outras?” A petista disse não ser contra mutirões de cirurgias, mas que a ação não pode ser prioridade em política de saúde. Defendeu o fortalecimento do SUS, com criação de unidades de pronto-atendimento e policlínicas.

Plinio disse que o governo federal gasta três vezes mais com o serviço da dívida do que com o Bolsa-Família, e pediu que Dilma explicasse a situação.

Ela voltou a defender as políticas sociais do governo Lula. “Nós tivemos no Brasil uma situação muito diferente do que foi pintada aqui”. Citou ainda ações federais de incentivo à agricultura familiar. “Quem fez a o programa de reforma agrária do Lula fui eu. Cortaram pela metade a meta que pus”, rebateu Plínio.

Quarto bloco

No quarto bloco, os candidatos responderam a perguntas formuladas pelos jornalistas Joelmir Beting e José Paulo de Andrade, que escolhiam um candidato para comentar.

Dilma foi a primeira a responder. Questionada se é possível reduzir juros e impostos sem um forte enxugamento dos gastos no setor público, apontou um “acelerado processo de redução do endividamento público” no país.

“Quando chegamos ao governo, [a dívida pública em relação ao PIB] estava em 60% e vamos chegar agora a 42%. Acho que em 2014 nós chegaremos a 30%”, estimou. Ela fez críticas ao governo FHC. “No governo anterior, os juros reais estavam entre 15% a 20%. Chegaram até a 23% no primeiro mandato. Agora estamos numa faixa de 5% ou 6%”, disse.

Serra comentou a resposta de Dilma e disse que é preciso uma política econômica “mais adequada” para a redução da carga tributária. “Eu criei a nota fiscal paulista e vou fazer a nota fiscal brasileira”, afirmou.

Na pergunta seguinte, questionado sobre privatizações, Serra aproveitou para criticar a indicação de filiados a partidos para cargos públicos. “Não vou arrebentar empresas públicas importantes como aconteceu no caso dos Correios.” E acrescentou: “Se eles eram tão contra a privatização, no caso do atual governo, é um mistério porque nada foi reestatizado.”

“Nós não somos aqueles que gostam de falar que vamos rever contratos. A gente respeita contratos”, respondeu a petista. Ela rebateu as acusações de loteamento político afirmando que, no governo FHC, havia deputados federais aliados ao governo federal nos conselhos da Petrobras e na assessoria da estatal.

Marina respondeu a uma pergunta sobre qual seria a prioridade na área ambiental: combate ao aquecimento global ou redução do déficit de saneamento básico no país.

Ela discordou que as duas áreas estejam em oposição. Segundo ela, defender o meio ambiente e melhorar o saneamento “fazem parte da mesma equação”.

O candidato Plínio do PSOL foi o escolhido para comentar a resposta de Marina. Contestou a tese de conciliar a defesa do meio ambiente e o desenvolvimento econômico e chamou Marina de “ecocapitalista”.

Plínio foi questionado sobre pontos citados no programa do PSOL, como a ocupação do campo e da cidade, a transposição do Rio São Francisco e a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte.

Disse que Belo Monte é um “absurdo econômico” e criticou a transposição do São Francisco, afirmando que o propósito do projeto é “entregar a economia do Nordeste ao agronegócio”. “Não é pra levar água [ao Nordeste]. Tem água suficiente lá.” Ele defendeu também a ocupação de terras como “um direito da massa trabalhadora”. Segundo ele, sem as ocupações, a reforma agrária anda “devagarinho”.

Considerações finais

Em sua última intervenção, Serra disse ter sido alertado pela filha sobre ter “sorrido pouco” no

debate, mas se disse “felicíssimo” pela participação. Citou sua origem “de pais modestos” e

trajetória na vida pública. “Sempre tive uma meta, abrir oportunidades para todos em nosso país, isso é o que eu farei na Presidência da República.”

Dilma afirmou que “coordenar a equipe de ministros do presidente Lula” foi a “experiência mais vigorosa e importante” de sua vida. Citou a convivência com a “generosidade e inteligência política” do presidente. Disse ter compromisso com a erradicação da pobreza e disse que “as mulheres estão preparadas para ser presidente da República”.

Marina disse que as eleições não serão ganhas pela lógica do “eu, eu, sei, sei”. Disse que é o momento de crescer “sem desconstruir acertos e negar conquistas”. Declamou uma poesia e pediu voto para “eleger a primeira mulher, de origem humilde e amazônica”.

Plínio afirmou que há um “muro entre as aspirações e a realidade do país”. “Você não consegue superar isso com medidas homeopáticas”, declarou. Disse ter sido “discriminado” no debate e que sua candidatura expressa “inconformidade”. Defendeu o voto em candidatos do PSOL.

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