Acordo de cooperação entre a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário (Seda) e o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA)
vai viabilizar a regularização e educação sanitária de agroindústrias familiares
Os queijos à base de leite de cabra, de fabricação artesanal do senhor Luiz Carlos de Oliveira, em Barbacena, no Território Vertentes, conquistaram os empórios e tradicionais redes de supermercados de Belo Horizonte (Território Metropolitano) e Juiz de Fora (Território Mata). O destaque vai para a versão de fabricação com leite de cabra do queijo Boursin, de origem francesa, temperado com ervas e condimentos.
A abertura de mercado no segmento gourmet só foi possível graças às boas práticas adotadas pelo produtor. O primeiro passo dado por Oliveira foi aprimorar técnicas e adequar as instalações do mini laticínio para obter a certificação.
“Busquei orientação no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) quanto ao processo para obter a certificação de agricultor familiar. Também aprendi novas técnicas de fabricação, cuidados e manejo dos animais para protegê-los de doenças e parasitas”, conta o produtor. Seu laticínio produz cerca de 150 litros de leite de cabra por dia.
Em Itaguara, no Território Oeste, os doces de frutas, as compotas e as geleias do rancho da dona Ana Maria Martins conquistaram o paladar, especialmente as prateleiras de sobremesas dos restaurantes da região. Segundo ela, o curso de fruticultura oferecido pelo Senar Minas contribuiu para aprimorar a receita de fabricação da família, além de diversificar o cultivo no pomar.
Já as técnicas e os cuidados obedecidos pela produtora foram introduzidos na produção dos doces com a orientação do IMA e daEmpresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater/MG). “Nossos doces são padronizados e cem por cento artesanal. Com isso, conquistamos os mercados de Belo Horizonte, Salvador e até do Rio Grande do Norte”, comemora. Dona Ana Maria Martins produz em média 1.500 potes de doces por mês.
O senhor Luiz e a dona Ana Maria integram o grupo das 224 agroindústrias cadastradas pelo IMA. Tanto eles, quanto outros novos agricultores vão ser beneficiados com o acordo de cooperação técnica entre a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário (Seda) e o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Para tanto, a tarefa de financiar e monitorar ficou a cargo da Seda. O IMA vai prestar a assistência técnica.
“A iniciativa vai garantir assistência técnica aos agricultores familiares para ampliar o acesso à comercialização dos produtos da agricultura familiar. O resultado é a geração de renda e a promoção da segurança alimentar nutricional”, afirma o superintendente de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável da Seda, Leonardo Koury Martins.
A previsão dos órgãos é realizar, somente neste ano, cerca de mil vistorias nas agroindústrias familiares, incluindo a rede pública estadual, por meio do Programa Sanitaristas Mirins. O projeto tem o objetivo de contribuir para a formação de cidadãos capazes de compreenderem o meio rural e a importância como produtor de alimentos para a sociedade.
Atuação do IMA
O Programa de Apoio à Regularização da Agroindústria Familiar de Pequeno Porte é desenvolvido pelo IMA desde 2011. A iniciativa está amparada pela Lei Estadual 19.476, conhecida como Lei da Agricultura Familiar.
Esta lei permite que estes estabelecimentos, após assinarem um termo de compromisso com o IMA, promovam a sua adequação às normas sanitárias legais num período de dois anos, com acompanhamento e orientação de técnicos do instituto.
Atuação da Seda
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário (Seda) tem em sua estrutura a Diretoria de Agroindústria Familiar, que promove e apoia ações para a agregação de valor dos produtos da agricultura familiar.
Por meio da ação orçamentária “Apoio à construção, adequação e regularização de agroindústrias familiares”, a Seda financia ações de educação sanitária em agroindústrias familiares e escolas da rede pública de ensino.