O presidente da Companhia Docas do Rio de Janeiro, Jorge Luiz de Mello, garantiu hoje (19) que, dentro de dez dias, assinará o contrato que dará início à expansão dos terminais do Porto do Rio. Com as obras, autorizadas ontem (18) pela Agência Nacional de Transporte Aquaviários (Antaq), a capacidade dos contêineres dos terminais vai aumentar em mais de 700% até 2020, passando da movimentação atual de 400 mil contêineres para 2 milhões de contêineres.
As três empresas que administram os terminais vão investir mais de R$ 1,2 bilhão nas obras, que começam ainda este ano, o que fará do Porto do Rio o ancoradouro com o maior cais contínuo de contêineres do país.
O projeto do terminal administrado pela grupo Libra inclui investimento de R$ 423,2 milhões em obras e R$ 340 milhões em equipamentos, tecnologias e instalações. “O [terminal] da [empresa] Libra vai crescer para dentro da Baía de Guanabara, em direção à ponte Rio-Niterói. Por ser [uma obra] estrutural, é muito mais caro do que simplesmente fazer um aterro. [A obra] vai ocorrer ao longo do tempo, respondendo ao mercado. Temos previsão que até 2018 ele estará concluído”, disse Mello.
Os outros dois terminais de contêineres serão ampliados em um projeto integrado entre as concessionárias MultiRio e MultiCar, que estimam investir R$ 492 milhões na expansão. “O [terminal administrado pela] Multi-Rio cresce para dentro do terminal da [empresa] MultiCar. Primeiro, precisamos resolver o problema da Multicar, que é a construção do edifício-garagem e a construção do alinhamento do cais, que ainda depende de licença ambiental. O pedido já está no Inea [Instituto Estadual do Ambiente], que ainda vai se manifestar. A expectativa é que ano que vem comece a obra”, explicou o presidente da Docas.
Já em relação ao projeto de arrendamento do novo terminal de granéis sólidos no Porto de Itaguaí, região metropolitana do Rio, conhecido como Terminal do Meio, Mello disse que está aguardando a análise do Tribunal de Contas da União. Segundo ele, “quatro ou cinco grupos [empresas] mostraram interesse no arrendamento” e, assim que o TCU se manifestar, a Companhia Docas vai publicar o edital.
As empresas terão 60 dias para apresentar uma proposta de investimento para a área de mais de 240 mil metros quadrados que será destinada à movimentação de minério. A vencedora deve ser anunciada em até seis meses. “Esse tipo de instalação leva de três a quatro anos para ficar pronta. É complexa, é uma instalação offshore, com viaduto longo, de mais mil metros de comprimento, cais. Uma obra no mar é complicada”, ponderou Mello.
O presidente da Docas lembrou ainda que duas grandes mineradoras, a CSN e a Vale, não poderão participar da licitação. “O problema é de regulação. A Antaq está analisando e acho que estão vendo com o Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica]. Concentração é a grande reclamação dos pequenos mineradores e o minério, hoje, está com valor bastante interessante no mercado. Isso cria interesses. A mina sozinha vale pouco, você precisa de ativo para que o minério chegue no porto e facilidade de escoamento do porto [adiante]. Como essas facilidades de instalações portuárias estão concentradas nesses dois grupos econômicos, isso provoca um bloqueio de direito econômico aos outros”.
Agência Brasil