O chiclete engolido pode ficar no sistema digestivo por anos?

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chiclete_mascadoO site referência em lendas urbanas, Snopes.com, pôs um fim aos rumores de que o chiclete ingerido fica em você durante anos, e a medicina confirma a conclusão do site. O gastroenterologista pediátrico, David Milov, diz à revista Scientific American que ele pode afirmar “com total convicção” de que o chiclete ingerido não fica em você durante sete anos [fonte: Scientific American (em inglês)].

Isso porque seu sistema digestivo é bastante eficaz. Quando você engole o alimento, ele percorre o esôfago e vai até seu estômago (em inglês). Lá, as enzimas e os ácidos passam a trabalhar nesse alimento, começando seu processo de destruição.

Do estômago, o alimento parcialmente digerido é levado para o intestino, onde – com ajuda de seu fígado e pâncreas – é decomposto em seus componentes. Esses componentes são usados para dar energia ao corpo. Os elementos do alimento que não podem ser usados são enviados ao cólon, onde serão processados em dejetos.

Geralmente, o chiclete é feito de quatro componentes gerais, e nosso corpo consegue destruir facilmente três deles. Os aromatizantes, adoçantes e amaciantes do chiclete não são usados na digestão humana. É a base de goma que gruda. A base de goma é feita principalmente de substâncias químicas sintéticas, que dão ao chiclete a propriedade de ser mastigável. Foi criada para resistir às propriedades digestivas da saliva na boca. Mas, uma vez engolida, mesmo a base de goma sendo exposta ao mesmo tratamento que o alimento comum, e depois de ser considerada inútil pelo sistema digestivo, ela segue o mesmo caminho que qualquer impureza.

A goma de mascar surgiu a sete mil anos atrás – pesquisadores descobriram massas de alcatrão com marcas de dentes humanos. A goma moderna surgiu durante a década de 1860, quando o general mexicano exilado Antonio Lopez de Santa Anna (que capturou Alamo em março de 1836) apresentou o chicle ao fabricante de goma Thomas Adams, que o transformou em chiclete. Mas a origem da lenda sobre engolir chiclete não é tão clara. Apesar das provas fornecidas pelas próprias pessoas que engolem chiclete, o boato continua. Talvez isso aconteça porque, mesmo raramente, surgem casos médicos em decorrência de chiclete engolido.

David Milov e alguns colegas escreveram no jornal Pediatrics sobre alguns estudos de caso de crianças que ignoraram os conselhos para não engolirem o chiclete e pagaram por isso. Um menino sofreu por dois anos constipação (em inglês) crônica. Anos engolindo de cinco a sete chicletes por dia levaram a um “material fecal pegajoso, com aparência ‘elástica'”, que consistia principalmente de chiclete, que teve que ser aspirado do reto [fonte: Milov].

Ainda assim, o chiclete não fica em seu sistema digestivo por sete anos. O menino do episódio das fezes tinha apenas quatro anos quando foi submetido ao procedimento de remoção. É possível que o chiclete pudesse permanecer em seu trato por sete anos, mas a intervenção feita pelos médicos evitou isso. Dessa forma, embora ele sempre seja citado em defesa dos receios das mães, a marca de sete anos continua evasiva.
fonte: www.uol.com.br

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