ONU: 200 milhões de pessoas podem migrar até 2050 por conta de mudanças climáticas

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Brasilia - O representante do Fundo Populacional da Organização das Nações Unidas no Brasil, Harold Robinson lança o Relatório sobre a Situação da População Mundial 2009 Foto: Marcello Casal Jr/ABr
Brasilia - O representante do Fundo Populacional da Organização das Nações Unidas no Brasil, Harold Robinson lança o Relatório sobre a Situação da População Mundial 2009 Foto: Marcello Casal Jr/ABr
Brasília – O Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa) fez hoje (18) um alerta para o risco de aumento das migrações por conta das mudanças climáticas. A estimativa é de que até o ano de 2050, 200 milhões de pessoas possam ter que deixar seus lares por conta da degradação do meio ambiente.

O Relatório sobre a Situação da População Mundial 2009 – lançado em Brasília e em outras 120 cidades no mundo simultaneamente – pede ainda que os governos se planejem com antecedência na tentativa de reduzir os riscos de desastres naturais.

Para o representante do Unfpa no Brasil, Harold Robinson, é urgente que a questão das mudanças climáticas seja vista sob um novo enfoque: o da relação entre clima, população e gênero. O ponto central, segundo ele, é que as mudanças climáticas não são apenas uma questão ambiental, mas um problema humano provocado pela atividade humana.

Robinson destacou evidências do aquecimento global provocado pelas emissões de gases de efeito estufa – os dez anos mais quentes foram registrados nos últimos 12 anos e os desastres naturais dobraram nas últimas duas décadas, com uma média de 400 ocorrências ao ano. “Há um impacto direto sobre o bem-estar da população mundial”, avaliou.

O representante da organização ressaltou que as mudanças climáticas são a ameaça que afeta a humanidade de forma mais desigual, uma vez que atingem quem menos contribuiu para a sua ocorrência – os mais pobres e os mais vulneráveis. Dados do relatório indicam que apenas 3% do total dos gases de efeito estufa lançados na atmosfera, por exemplo, são emitidos por essa parcela da população.

A coordenadora do Unfpa no Brasil, Taís Santos, lembrou que as mudanças climáticas são fato posto, já que estão em pleno andamento. “As pessoas são responsáveis, são afetadas e precisam se adaptar”, disse, referindo-se ao homem como o único agente capaz de interromper as alterações de clima.

Taís acredita que o que se pode fazer atualmente é adotar comportamentos proativos que considerem todas as dimensões do problema. Ela avaliou que os investimentos em tecnologias mais limpas ou mais verdes, por exemplo, podem contribuir, mas que o problema é bem mais complexo.

A poucos dias da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em Copenhague (Dinamarca), a Unfpa cobrou uma negociação global sobre o clima baseada na igualdade e nos direitos humanos.

Agência Brasil

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