Copenhague (Dinamarca) – Os chefes das delegações do grupo de nações emergentes formado pelo Brasil, pela China, Índia e África do Sul se reuniram nesta manhã na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15) para acertar uma estratégia conjunta visando a forçar os países ricos a adotarem metas mais ousadas contra o aquecimento global.
O encontro contou com a presença da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e ocorreu ao mesmo tempo em que as nações pobres – lideradas pelos africanos – ausentaram-se de várias reuniões formais, em um claro bloqueio ao avanço das negociações.
Os líderes do mundo em desenvolvimento temem que o avanço da negociação, da forma como foi conduzida nas últimas 24 horas, deixe em segundo plano o debate sobre metas mais ousadas para a Europa, os Estados Unidos, a Austrália e o Canadá. “Por enquanto, nada sobre isso [metas mais ousadas para os países ricos] foi tratado”, admitiu à Agência Brasil um dos principais negociadores do G77 (grupo de países pobres e em desenvolvimento), pedindo anonimato.
A COP-15 começou com o objetivo de garantir que, ao final do encontro, a soma das metas anunciadas pelos países ricos garanta uma redução de, pelo menos, 25% nas emissões de gases de efeito estufa, considerando os dados de 1990.
Depois do encontro com os líderes da China, Índia e África do Sul, a ministra Dilma Rousseff se limitou a dizer que a conversa foi “boa” e que a negociação está em pleno curso.
O secretário executivo da conferência, Yvo de Boer, lembrou que, além do financiamento de longo prazo para ajudar países pobres a combater o aquecimento global e da importância de metas mais ousadas para os países ricos, existe mais um ponto fundamental que continua fora da agenda.
“Ainda não se discutiu como fiscalizar e punir quem não cumprir as metas que devem ser firmadas pelos países que assinaram o Protocolo de Quioto”, afirmou.
Nessa lista estão incluídos os países da União Europeia, mas os Estados Unidos, principal emissor de gases do planeta, não assinaram o documento e já disseram que não vão aderir ao protocolo durante a conferência de Copenhague.
Agência Brasil