Nos dias 14 e 15 deste mês quatro das cinco Unidades de Conservação (UC) da região Norte do Estado, que são administradas pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), tiveram seus Conselhos Consultivos empossados para o mandato 2011-2013. Os novos conselhos são dos Parques Estaduais Serra Nova, Montezuma, Grão Mogol e Lapa Grande.
Os conselhos são espaços para negociação e discussão das demandas ambientais das UCs por meio de um processo participativo. Compõem o conselho, além do IEF, representantes de prefeituras, bem como de órgãos e instituições estaduais, comunidade científica, organizações não governamentais (ONGs), sindicatos e comunidades do entorno das áreas. Foram empossados conselheiros, entre titulares e suplentes, e os quatro presidentes do Conselho que, por determinação legal, é o gerente do respectivo parque.
Os conselheiros têm a missão de discutir os problemas e demandas socioambientais da unidade de conservação e do seu entorno. A criação do Conselho Consultivo é estabelecida pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) para a implantação de uma gestão integrada e compartilhada entre os órgãos ambientais das esferas federal, estadual e municipal responsáveis pela gestão das unidades de conservação visando contribuir para o planejamento de ações, manutenção e gerenciamento da unidade.
Gestão participativa
A supervisora do Escritório Regional Norte do IEF, em Montes Claros, Raquel Oliveira Ferreira, ressalta que quando a sociedade desperta para a responsabilidade da gestão participativa, como no caso dos conselhos consultivos, os ganhos são múltiplos e multilaterais. “Enquanto houver uma preocupação com o desenvolvimento sustentável, é importante o ‘envolvimento sustentável’ da sociedade com o ambiente. O Estado e a sociedade podem progredir muito na gestão participativa e com o prognóstico de resultados mais consistentes, reais e duradouros. Temos uma grande oportunidade”, afirma Raquel.
O diretor de áreas Protegidas do IEF, Leonardo Cardoso Ivo, considera um grande desafio a gestão das UCs do Estado, contudo ressaltou a importância dos conselhos que contribuem muito por meio da gestão participativa. Leonardo explicou, ainda, que “a regularização fundiária e a elaboração dos planos de manejo são prioridades para gestão dos parques em Minas Gerais”.
Serra Nova
A posse dos conselheiros do Parque Estadual Serra Nova foi no município de Serranópolis de Minas, um dos cinco municípios com áreas que fazem parte do parque. Foram empossados 29 membros entre titulares e suplentes.
A gerente do Parque, Elisângela Alves Mota, destacou a grande quantidade de nascentes que há na unidade de conservação que “são fundamentais para o abastecimento da região e garantia das atividades econômicas dos municípios que são beneficiados pelos mananciais abrigados no parque”.
A unidade de conservação tem cerca de 50 mil hectares e faz parte da cadeia do Espinhaço.
Parque Estadual de Montezuma
O Parque Estadual de Montezuma elegeu seu primeiro conselho, com 14 membros. A região, que é destaque pelo potencial turístico e pelos mananciais de águas termais, tem expectativas de potencializar o turismo local por meio do Parque.
Uma das conselheiras, a professora de biologia Avelina de Souza Pereira ressalta que “apesar da experiência do trabalho com as questões ambientais, a atuação no Conselho é um grande desafio e ainda um orgulho. Vamos convocar a sociedade para este trabalho”.
Grão Mogol
O Parque Estadual de Grão Mogol está inserido, em sua maior extensão, na Serra Geral, que é conhecida por Serra da Bocaina e tem cerca de 33 mil hectares. O relevo é predominantemente montanhoso. O parque está situado na bacia hidrográfica do rio Jequitinhonha, e os rios que cortam toda a área do parque são perenes, mesmo estando em uma região extremamente seca.
A gerente do Parque, Carla Cristina de Oliveira Silva, explica que a gestão da UC deve levar em consideração o interior e o entorno, bem como priorizar o envolvimento da sociedade local. “O Parque tem grande potencial hídrico e diversidade de fauna e flora, que atrai diversas áreas de pesquisa”, destaca a gestora.
Lapa Grande
Na semana passada tomaram posse 34 conselheiros que, nos próximos dois anos, ajudarão a gerir esta importante unidade de conservação.
O Parque Estadual da Lapa Grande tem área de sete mil hectares e está inserido na região de ocorrência de Cerrado. Localiza-se na antiga Fazenda Lapa Grande, que abriga extenso patrimônio natural e arqueológico, formado por cerca de 35 grutas, com destaque para a Lapa Grande, que dá nome ao Parque. A região abriga os principais mananciais de fornecimento de água para a comunidade de Montes Claros e dos municípios vizinhos. Cerca de 30% da população é abastecida por meio dos recursos hídricos do Parque.
A UC é ainda destaque na riqueza espeleológica. Ao todo 58 grutas já foram cadastradas, entre elas a Lapa Grande com área de 2,2 quilômetros de extensão.
Agência Minas