Bentz e Conger foram impedidos de deixar o Brasil quando já estavam dentro do avião que os levaria de volta aos EUA. Eles foram retirados da aeronave por policiais civis, que os conduziram para a delegacia localizado no aeroporto.
História fantasiosa
Foram quatro dias de investigação até que o chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Fernando Veloso, revelou que os nadadores mentiram sobre o suposto assalto. Em entrevista ao vivo ao RJTV, o delegado garantiu que tudo não passou de uma versão fantasiosa.
“Nós já podemos afirmar que não houve o fato relatado da forma como foi relatado pelos atletas, ou seja, eles não foram vítimas de um roubo”, disse Fernando Veloso.
“De acordo com as informações que nós coletamos preliminarmente eles estavam alcoolizados e danificaram alguns bens pertencentes ao posto de gasolina. Conseguimos posteriormente estas imagens. Conseguimos aí depoimento de pessoas. Isso é um processo que ainda está em curso para que nós determinemos ainda qual será a responsabilização exata destes estrangeiros”.
“Esses atletas hoje eles devem desculpas ao carioca porque, há poucos dias, eles fizeram fazer a imprensa internacional que foram roubados de uma forma violenta, e insinuaram inclusive que esse fato teria sido praticado por policiais, então não vou nem pedir que eles peçam desculpas aos policiais não, mas que eles devem desculpas ao povo carioca eles devem sim”, disse o delegado Fernando veloso.
Imagens ajudaram a esclarecer a farsa
Câmeras de segurança registraram os passos de James Feigen, Gunnar Bentz, Ryan Lotche e Jack Conger na madrugada de domingo (14). Às 1h47 eles chegam a uma festa na Zona Sul do Rio e passam pelo detector de metais. Quatro horas depois, os nadadores saem de lá. Um deles segura uma garrafa.
Outras imagens foram gravadas em um posto de combustíveis, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O vídeo mostra dois nadadores indo em direção ao banheiro do posto, às 6h07. No canto esquerdo do vídeo, no fundo do corredor, há uma movimentação, e um objeto é jogado. Pelo menos um dos atletas faz xixi no chão.Em seguida, um funcionário chega para ver o que está acontecendo. Os atletas saem e outros três funcionários se aproximam. Um deles sai carregando o que seria uma placa de propaganda quebrada. Os nadadores tentam embarcar no táxi à esquerda, percebem que está ocupado e entram no carro em que chegaram.
O motorista, de camisa azul, está do lado de fora. Ele parece falar com os americanos e também entra no carro. O segurança do posto se aproxima e conversa com o taxista. Em seguida, os atletas desembarcam do táxi.
Uma terceira câmera mostra os nadadores numa outra área do posto. Três aparecem sentados. Um deles fica de pé. À direita, o outro atleta levanta os braços. Em outro momento da gravação, um dos atletas parece oferecer alguma coisa para o segurança. O taxista vai embora e deixa os atletas no posto.
Durante toda a ação no posto, ninguém de assusta com nada. As pessoas agem normalmente, o que não aconteceria se estivesse havendo um assalto. Um motorista está parado ao lado do carro. Ele parece aguardar alguém, e demonstra tranquilidade. Um passageiro que fez compras volta caminhando e parte em seu táxi. Dois frentistas observam a movimentação, aguardando novos clientes. Minutos depois, um outro cliente sai andando tranquilamente da loja de conveniência.
Os funcionários do posto contaram que os quatro nadadores olímpicos se comportaram como vândalos dentro do banheiro. Quebram uma saboneteira, uma papeleira e uma placa de ferro de propaganda.
Segurança diz que atletas ofereceram dinheiro para reparar danos
Em entrevista exclusiva ao Jornal Nacional, o segurança que abordou os atletas no posto de combustíveis destacou os atos de vandalismo dos atletas no posto. “Primeira coisa que eu fiz foi chamar a polícia. Comuniquei ao taxista para não sair com o veículo, que eles tinham cometido um ato criminoso. Eles tinham destruído o patrimônio do posto e falei que era para aguardar, que eu tinha chamado a viatura.”, afirmou o segurança, que não quis ser identificado.
Segundo o segurança, os quatro atletas estavam muito alterados e não queriam aguardar a chegada da polícia. “Eles não queriam ficar dentro do táxi de jeito nenhum, queriam que o táxi fosse embora. Eu falei que não iam embora que estava esperando chegar a viatura. E começaram a falar fuck, fuck, fuck e saíram do carro para se evadir do local. Dois correram para a rua. Dois ficaram porque eu segurei. Eu falei que não ia sair”, contou.
O segurança admitiu que armas foram apontadas para os atletas, mas negou qualquer tipo de agressão. “Meu amigo que estava comigo no posto viu os dois vindo na minha direção, sacou a arma, falou para eles pararem. Foi quando eu saquei a minha arma também, me identifiquei. Falei para todo mundo deitar no chão. Não respeitaram. Inicialmente não respeitaram a ordem de deitar no chão. Depois que chegou uma pessoa que conseguia se comunicar em inglês. Botaram. Falou para eles deitarem, que era policial, que estava ali para ajudar”, disse.
Foi após a chegada do homem que serviu de intérprete que os atletas ofereceram dinheiro para reparar os estragos que provocaram no banheiro, segundo o segurança. “Eles falaram que estavam com 20 dólares e 100 reais para pagar o prejuízo que eles deram no posto. Eu chamei o gerente do posto lá na hora e falei: ‘Estão com 20 dólares e 100 reais”. Isso até então a viatura não tinha chegado. Eles querem ir embora, não querem confusão. Peguei. Eles entregaram o dinheiro na mão desse rapaz que estava verbalizando com ele. Entreguei a mão do gerente para o dono do posto. Esse dinheiro é para pagar o prejuízo que eles estão indo embora. A viatura não chegou”, afirmou o segurança, destacando que nenhum dos atletas foi revistado.
Testemunha garante que ninguém pediu dinheiro aos atletas
O homem que interveio na confusão entre os atletas e o segurança do posto, servindo de intérprete, já que os nadadores não falavam português e o segurança não entendia inglês, disse em entrevista ao Jornal Nacional que os quatro estrangeiros ofereceram dinheiro para reparar os estragos causados no banheiro.
“Eles começaram a perguntar em inglês quanto era para pagar aquilo. Em nenhum momento ninguém nem encostou neles. Os seguranças não encostaram neles. Iam chamar a polícia e eles não quiseram que chamasse a polícia, ficaram repetindo ‘please, please, no police’ e perguntaram para mim em inglês quanto era para pagar. Aí eu perguntei para o rapaz do posto, que falou que geralmente paga R$ 100 normalmente para arrumar esses banners quando quebra. Eu falei com eles o valor que era. Um deles me deu duas notas de R$ 50, o outro uma nota de US$ 20. Do jeito que eu peguei o dinheiro eu entreguei na mão do funcionário”, contou Fernando Deluz.
Para a polícia, o caso já está esclarecido, mas não encerrado. O chefe de Polícia do Rio disse que já pediu e vai ter a ajuda do FBI para tentar ouvir mais uma vez o nadador Ryan Locht, agora nos Estados Unidos.
“Em tese, eles podem vir a responder por falsa comunicação. Um ou dois, ou os quatro, por falsa comunicação de crime e por dano ao patrimônio. Em tese. eu nao estou dizendo, se editarem , vou repetir varias vezes pra atrapalhar a edição , eu Não estou dizendo que serão indiciados por isso. Estou dizendo que a investigação tem que ser concluída, e em tese, ate o momento , é isso: posso ter passar a aopenas, mas nao tenho elas de cabeça Mas em principio isso não é fato que possa gerar a prisão dos autores”, disse o delegado.
O Comitê Rio 2016 acredita que os atletas já sofreram uma grande punição ao serem pegos na mentira.
“O fato de eles passarem por uma vergonha pública dessa magnitude, eu acho que é plenamente suficiente para que eles aprendam uma lição. eu espero que eles aprendam, mas assim, A nossa imagem foi afetada no primeiro dia e foi amplamente recuperada de forma natural pela sequência de fatos. então, o que você vê hoje nas ruas, e eu por acaso hoje eu vi, duas ou três vezes é que Todos os brasileiros que se sentiram envergonhados quando eles deram a primeira versão se sentem de alma lavada agora que a versão apareceu”.