Será inaugurada hoje (21), no Teatro Municipal do Rio, a exposição dos painéis Guerra e Paz, do pintor modernista paulista Candido Portinari, que voltam a ser apresentados no local depois de 54 anos.
A partir de amanhã (22), até o dia 30, as obras ficarão expostas ao público, com entrada franca em seis sessões diárias. O Projeto Portinari é dirigido por João Candido Portinari, filho do pintor e detentor dos direitos autorais.
Considerados a obra-prima de Portinari, os painéis foram pintados entre 1952 e 1956, por encomenda do governo brasileiro como presente à sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Por pertencer ao Partido Comunista, Portinari foi impedido de comparecer à inauguração dos painéis na ONU. Durante a apresentação da obra no Teatro Municipal em 1956, antes de seguir para os Estados Unidos, Portinari recebeu do então presidente Juscelino Kubistchek a Medalha de Ouro de Melhor Pintor do Ano de 1955.
Os painéis foram instalados oficialmente na sede da ONU em 1957. Eles são formados por 28 placas de madeira compensada naval, com 2,2 metros de altura por 5 metros de largura, totalizando área pintada de 280 metros quadrados. O peso de cada painel é de 75 quilos.
Em entrevista à Agência Brasil, o professor Candido Portinari manifestou a emoção de ver novamente exposta no Brasil a obra de seu pai. Na primeira vez em que os painéis foram expostos no país, ele tinha 17 anos. “É uma emoção muito grande, não somente pela lembrança que tenho daquele momento, nem pelo fato de ser meu pai. Mas, como cidadão brasileiro, é um orgulho termos oGuerra e Paz novamente conosco aqui”.
Em janeiro, os painéis irão para o Palácio Gustavo Capanema, onde serão restaurados em ateliê aberto à população até maio do próximo ano. Portinari ressaltou que esse é um fato inédito no Brasil. “Nós conseguimos, com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência e Tecnologia, fazer um projeto pedagógico, em que vamos receber escolas, crianças, jovens, pesquisadores, que poderão apreciar todo o processo da restauração”.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apóia com R$ 6,5 milhões as obras de restauração e a exposição no Brasil, responsabilizando-se ainda pelo armazenamento no país, enquanto durar o processo de modernização do prédio da ONU, previsto para ser concluído em 2013.
Agência Brasil