Em greve há mais de 40 dias, os servidores da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro vão intensificar as ações de reivindicações da categoria pelo estado. O anúncio foi feito hoje (18) pelo presidente do Sindicato dos Policiais Federais, Telmo Correa. De acordo com ele, as próximos atividades a serem organizadas pela corporação visam a promover uma mobilização no estado, assim como informar à sociedade os motivos da paralisação.
Amanhã (19) os servidores farão uma manifestação em frente ao Copacabana Palace, na zona sul carioca. Na semana passada os agentes montaram tendas para arrecadação de alimentos em frente à Superintendência da PF, na Praça Mauá.
“São eventos nacionais. E nós estamos atendendo à orientação do comando de greve nacional. A nossa principal tarefa é informar a sociedade sobre o dano causado pelo governo federal. É para a população entender que nós estamos em uma luta.”
Telmo Correa voltou a informar que o esquema de emissão de passaportes tem sido mantido, desde o início do movimento. Ou seja, estão sendo emitidos apenas documentos considerados emergenciais como por motivo de doença ou trabalho, mediante a apresentação de uma declaração, comprovando a necessidade da viagem. Ele disse que apenas 30% do efetivo estão trabalhando.
“Há um desconforto, mas não um prejuízo irreversível ao cidadão. Porque nós temos que zelar pelo atendimento à sociedade, em comum com o nosso protesto. A nossa função é protestar e forçar o governo, mas sem prejudicar a sociedade”, enfatizou.
De acordo com o presidente do sindicato, outro setor que está com apenas 30% do efetivo trabalhando é o de controle de tráfico de produtos químicos. Já o setor de inteligência, responsável pelas escutas telefônicas da PF, está totalmente parado.
Ao todo, são 200 agentes e 50 escrivães atuando no estado do Rio. O número, segundo Correa, é desproporcional para atender à grande demanda por serviços dos agentes. Outro problema citado por Temo Correa é a desistência da carreira de agente federal. Ele lembrou que, anualmente, de 200 a 250 policiais federais deixam a corporação para seguir carreiras mais atrativas.
Entre as reivindicações dos escrivães, papiloscopistas e agentes estão a reestruturação da carreira, a equiparação aos salários pagos, por exemplo, a um auditor da Receita Federal e a um oficial da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e realização de novos concursos públicos.
Agencia Brasil