Dinheiro não compra felicidade, afirmam os estudos. Mas, será que é apenas isso? Precisamos refletir mais sobre o assunto.
A OECED, organização para cooperação e desenvolvimento econômico acaba de apresentar o resultado de um trabalho que mede a felicidade dos cidadãos. E que, pela primeira vez, inclui o Brasil. Em uma relação de onze aspectos, os brasileiros não apresentaram o salário como uma das suas prioridades para gerar felicidade.
Se você ficou surpreso com o resultado deste trabalho, saiba que esta constatação não é recente. Em 1974, Richard Easterlin, realizou um estudo (“Paradoxo de Easterlin”), cuja constatação foi: a felicidade não costuma estar vinculada com a riqueza.
Ao analisar esses resultados, constato que eles apresentam apenas um lado da moeda. Tudo bem: dinheiro não trás felicidade, mas e a falta dele, o que trás?
Na organização, sabemos que altos salários não servem de satisfação para os colaboradores, pois, como é inerente ao ser humano, sempre vamos querer mais. E destaco que isso não é errado.
Entretanto, se por um lado, o dinheiro não traz felicidade, a sua falta causa impactos negativos no comportamento humano e, consequentemente, na qualidade do seu trabalho e na sua produtividade.
Como tudo muda, o entendimento sobre essa situação também mudou. Ou melhor, ampliou. Vejamos: os teóricos modernos afirmam que baixos índices salariais geram desmotivação. Não concordo com essa visão simplificada. Se analisarmos com mais atenção, chegaremos à conclusão que, se por um lado o trabalhador não se sente motivado para trabalhar, por outro lado se sente motivado, algumas vezes em excesso, para realizar ações que comprometem a imagem da empresa e geram transtornos para os clientes e usuários, em busca dos seus objetivos. Situação que ninguém deseja.
Se analisarmos, em praticamente todos os movimentos grevistas, um dos tópicos aborda os índices de reajuste.
Assim, reflito sobre quais os fatores que podem ter gerado tais resultados, pois os estudos citados foram realizados por instituições de credibilidade inquestionável.
Independentemente do que foi dito aqui, é importante que o líder saiba que o seu colaborador (assim como ele mesmo), busca a felicidade, inclusive no trabalho. Para que isso aconteça, além do cuidado com os aspectos materiais outros não materiais de bem-estar humano, tais como as relações interpessoais, as diferenças individuais, a autonomia, a qualidade de vida no trabalho, entre outros, precisam bem administrados.
Vivemos um momento de apagão de profissionais e de preocupação com os bons colabores que não permanecem nas empresas. Então, leitores e principalmente os líderes, saibam que proporcionar a felicidade é um instrumento de retenção de talentos.
Assim, busque a sua felicidade de forma ampla, geral e irrestrita, encontre-a e seja feliz. Que assim, seja!
(*) Odilon Medeiros – Consultor em gestão de pessoas e palestrante, Mestre em Administração, Especialista em Psicologia Organizacional, Pós-graduado em Gestão de Equipes, MBA em Vendas Contato: [email protected] / www.odilonmedeiros.com.br