Procura-se por patriotas

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Não sei se é a paixão pelo carnaval ou pelo futebol, que deixa os brasileiros um pouco desinteressado pelos nossos problemas brasileiros que são de nossa responsabilidade cuidar, pois o poder se emana do povo, e em seu nome deva ser exercido. Há algo errado com o comportamento dos nativos brasileiros, pois o patriotismo que deveria ser cultivado pela pátria, só é visto de quatro em quatro anos na copa do mundo, fora deste período, não se vê uma bandeira brasileira pendurada nas janelas, como é normal em outras nações. Tenho um amigo Ucraniano radicado no Brasil que me disse: se os brasileiros não fossem apaixonados pelo carnaval e pelo futebol, o Brasil seria uma nação muito mais evoluída, quando eu vim para esta terra fugindo da guerra, adotei o Brasil como minha terra também, mas as vezes fico revoltado por não ver os brasileiros amando a nação como deveria. Parece que a paixão pelo futebol e carnaval, cega os brasileiros de tal forma que ninguém se mexe para pôr fim às desigualdades existentes neste país, aqui os políticos aprovam leis em benefícios próprios e não há indignação. Nosso país é pobre, mas os políticos são os mais ricos do mundo, temos milhares de cidades brasileiras, onde o município não tem dinheiro para comprar merenda e nem medicamentos, mas os prefeitos, secretários e vereadores recebem altíssimos salários. Municípios onde uma professora recebe R$ 800,00, que é obrigada a trabalhar 6 horas por dia e no mínimo mais umas 2 horas em casa, na preparação de aulas para o dia seguinte, vereadores que mal sabem escrever trabalhando apenas duas vezes por mês, nas reuniões que muitas das vezes nada resolvem, o salário é sempre 6 a 10 vezes maiores que os dos professores.

Ser patriota é amar seu país e procurar servi-lo da melhor forma possível, o lema “ordem e progresso”, estampado em nossa bandeira, considerada uma das mais belas do mundo, evidencia o valor e o objetivo que os brasileiros abraçam com prioridade. Mas uma coisa é a teoria, outra, a prática. Basicamente, só em temporada de Copa do Mundo o orgulho de exibir o verde-azul-amarelo vivos de nossa flâmula ganha os corpos, as mentes e os corações da brava gente brasileira. Há, ainda, outras pedras neste caminho: a letra do hino nacional é conhecida e cantada corretamente por pequena parcela da população. O governo também aboliu do calendário nacional a data comemorativa do Dia da Bandeira e nas escolas, do ensino fundamental ao superior, ninguém mais fala do significado e importância dos símbolos nacionais. Há repartições públicas que nem mesmo hasteiam a bandeira nacional e outras instituições privadas que o fazem, mas às vezes exibem, de forma inconsciente, mas desrespeitosa, bandeiras desbotadas pela ação do tempo. “O orgulho nacional, é para os países o que a autoestima é para os indivíduos: uma condição necessária para o aperfeiçoamento. O patriotismo é uma forma de orientação política”, afirma o filósofo norte-americano Richard Rorty, professor de literatura comparada e filosofia da Universidade de Stanford e autor de vários livros – o mais recente deles, lançado no Brasil, é Ensaios Pragmatistas, publicado pela DP&A Editora. Hoje prevalece a febre do individualismo. “As pessoas deixaram de colocar o interesse coletivo como prioridade, fazendo prevalecer os interesses individuais”.

Qual a importância da educação no desenvolvimento de um genuíno comportamento cívico. Vale lembrar que, até meados da década dos 80, os então chamados cursos primário e secundário (atuais fundamental e médio) e até superior, de instituições de ensino público ou privado, tinham na grade curricular disciplinas como Educação Moral e Cívica ou Organização Social e Política Brasileira, cujo objetivo era promover o conhecimento e sentimento de patriotismo nos alunos desde tenra idade.

A falta de patriotismo é muito vista em nossos políticos, que deveriam espelhar nas atitudes de políticos de outros países, renunciando quando sua permanência estiver prejudicando o país, qual o brasileiro hoje que não sabe que a permanência da presidenta Dilma, do presidente da Câmara e do Senado, alguns ministros e outras dezenas de deputados envergonham a nação pelo envolvimento em corrupção, claramente divulgados e comprovados por documentos, o envolvimento na Lava Jato.

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