Para cientistas políticos, função de fiscalizar o Poder Executivo e propor leis há tempos não é cumprida como deveria pelos vereadores.
É dever atribuído por força de lei constitucional de fiscalizar o Poder Executivo e lutar por benefícios que cheguem a toda a população, propondo leis de alcance social. Mas, cada vez mais estes deveres estão longe da necessidade do povo, o que vemos sempre é casos de desvio de conduta, uso irregular de dinheiro público e envoltos em discussões esvaziadas, os vereadores têm sua função questionada. Afinal, a tese de que os nobres legisladores representam a sociedade ainda tem valor nos dias de hoje?
Uma cidade como Manhuaçu que fervilha o dia todo, recebem milhares de pessoas da região, é polo educacional, saúde e comercial, o município possui um dos maiores territórios, o suficiente para termos vereadores que se quisessem mesmo servir o povo seria fácil demonstrar, mas na realidade não é o que acontece, procure na cidade os vereadores e os senhores irão encontrar todos apostos em seus trabalhos, estes sim são suas prioridades, mas quem dita tudo isso é mesmo o povo, que nas eleições não observam estas deficiências, o povo paga bem os vereadores de Manhuaçu, mais de R$ 9 mil reais por mês fora as mordomias.
Para o cientista político Alberto Carlos Almeida, autor do livro “A cabeça do eleitor”, há muito tempo os vereadores deixaram de representar o povo. Tanto que ele defende que as Câmaras comecem a ser extintas em municípios menores, de até 10 mil habitantes. “Hoje, a função dos vereadores é a de ser um grupo de cabos eleitorais para a época de eleição. São pessoas que recebem dinheiro público para fazer campanha”, diz.
Autor do livro “A cabeça do eleitor”, Alberto Carlos Almeida se mostra cético quanto a uma melhoria nas ações do Poder Legislativo: “Pelo que entendo de política no Brasil, dificilmente os vereadores fariam uma fiscalização melhor. Eles servem para pedir votos”.
Para o doutor em Ciência Política Milton Lahuerta, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), a situação se agrava devido a uma “crise de representatividade” sentida pela população. Ela acontece, segundo o especialista, porque as relações entre economia e política se confundem. Enquanto o desenvolvimento econômico mundial, apesar das crises, é dinâmico, o processo político tende à lentidão, segundo Lahuerta.
“Há uma crise de representatividade evidente no Legislativo. Mesmo os parlamentares que trabalham bem são criticados. Por estarmos acostumados ao tempo econômico, que nos cobram agilidade, um processo que exige debate acaba visto como lento”, frisa.
Nos anos 40 e 50, vereador não tinha salário, e veja que interessante, geralmente os vereadores eram pessoas de nível intelectual mais elevado e de caráter ilibado, e só candidatavam as pessoas que realmente queriam servir, já que salários não existiam.
Hoje todo mundo quer ser vereador e cada dia fica mais difícil os bons nomes se despontarem para as eleições, visto que a política se profissionalizou e quem está no poder tem mais condições de gastar, pois durante os quatro anos os políticos vão fazendo o troca-troca, presta um favor aqui, outro ali, tudo visando as suas reeleições, quem fiscaliza os vereadores? Eles fazem o que bem entende, uns indicam médicos para os postos de saúde de seus bairros e se acham dono do pedaço, ao ponto de mesmo com filas enorme passam seus protegidos a frente de todos na maior cara de pau.
O povo de Manhuaçu deve ficar atento, pois estamos em tempos difíceis e mesmo assim com toda a crise, o presidente Jorge do Ibéria, não quer nem ouvir falar em contenção de despesas diminuindo os salários dos vereadores para ajudar um pouco no que tanto falta para merenda escolar e medicamentos, pensem nisto.
Segundo os especialistas, o único meio de se garantir Câmaras mais representativas e sintonizadas com o que pensa a sociedade é despertar nos eleitores a necessidade de acompanhamento das atividades legislativas, acompanhando as sessões, e na hora de votar, o eleitor tem que pensar em quem tem qualidade e experiência comprovada, e não só escolher o amigo ou o sujeito simpático que mora na mesma rua. O vereador não é eleito para representar um reduto. Ele tem obrigação de brigar pelo município como um todo. Se a população não cobrar e não se manifestar, as coisas continuarão do mesmo jeito.
Fale com a redação [email protected] (33)3331-8409