Manhuaçu sofre por falta de projetos bem elaborados e de leis que venham reorganizar o município e prepará-lo para o futuro. A responsabilidade é do prefeito e dos vereadores de Manhuaçu, mas infelizmente não temos visto iniciativa capaz de agregar valores que atraiam o povo para fazer diferença na sofrida cidade polo. As obras essenciais são sempre deixadas para trás porque os políticos só pensam no imediatismo e tudo que fazem é sempre com a esperança da reeleição, modalidade tão danosa para a sociedade. Vejo com tristeza a falta de projeto de leis das câmaras municipais, a maioria dos vereadores não se empenham em elaborar projetos que venha amenizar a desorganização deixada pelos prefeitos do passado.
Manhuaçu já passou da hora de um projeto de Lei inteligente que vise à preservação ambiental e em longo prazo a recuperação do Rio Manhuaçu. Muitas cidades que tinham problemas de construções a beira rio, com leis inteligentes conseguiram resolver o problema.
Nada foi feito até hoje para barrar as construções nas margens do Rio Manhuaçu. As casas velhas aos poucos vão se transformando em prédios, ao passo que deveria ter uma Lei de depreciação, para que em um determinado período as marginais pudessem ser recuperadas, Sabemos que estas ações já foram feitas em várias cidades do mundo e no Brasil.
As autoridades devem legislar pensando no futuro, o que não pode é achar que a prefeitura não tem dinheiro para a desapropriação e assim nada é feito. Se existisse uma lei que estipulasse em um período determinado, cada gestor seria obrigado a arcar com um pouco do custo.
Os grandes problemas de Manhuaçu foram detectados há muitos anos. Um exemplo: “imaginemos que se há 50 anos tivesse sido aprovado uma Lei proibindo as construções nas margens do Rio Manhuaçu e que os imóveis já existentes sofressem uma depreciação ao longo de 70 anos e ao longo desse tempo cada gestor fosse obrigado a desapropriar uma construção, com certeza mais de 80% das construções não existiriam”.
Os vereadores devem pensar nisso, caso nada for feito, vão passar 500 anos e o problema vai continuar agravando-se a cada ano.
Por depreciação pode-se entender como sendo o custo ou a despesa decorrente do desgaste ou da obsolescência dos ativos imobilizados (máquinas, veículos, móveis, imóveis e instalações). Ao longo do tempo, com a obsolescência natural ou desgaste com uso na produção, os ativos vão perdendo valor, essa perda de valor é apropriada pela contabilidade periodicamente até que esse ativo tenha valor reduzido à zero. As depreciações têm variáveis que devem ser estudada caso a caso. Em termos do executivo tudo depende de uma lei.
Outro grave problema de Manhuaçu é a escassez de imóveis próprios da prefeitura. Em Manhuaçu a maioria das secretarias, diretorias e escolas estão em prédios alugados, muitos deles pagando aluguéis caros.
Um município com 136 anos viver da maneira em que vive Manhuaçu pode-se dizer que é inaceitável.
Porque não pensar em um Plano Diretor, onde os problemas não seriam resolvidos todos hoje, mas poderiam ser resolvidos com planejamentos para o futuro. É assim que fazem as sociedades bem organizadas. Os judeus fazem planos de cem, em cem anos, em cem anos sabendo que não poderão alcançar, mas cada geração cuida de uma parte até atingir seus objetivos beneficiando as futuras gerações.
Por exemplo, a Câmara Municipal de Manhuaçu poderia criar uma comissão para organizar um conselho composto de umas 20 pessoas com conhecimentos administrativos, engenheiros, técnicos, ambientalistas, advogados, políticos e demais segmentos da sociedade para planejar o futuro da cidade e elaborar uma lei para a criação de um fundo e todos os próximos prefeitos ficariam obrigados pela legislação a cumprir alguns requisitos num plano diretor, não autorizando mais as construções irregulares, bem como aos poucos desapropriando as já existentes, principalmente as construções a beira rio.
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