Ser prefeito, era sonho de muitas pessoas que queriam dar sua contribuição no progresso de sua cidade, colocavam seus nomes a disposição dos partidos para disputar eleições. Temos muitas histórias bonitas e bem sucedidas de pessoas que viraram prefeitos e deixaram sua contribuição para as futuras gerações. Hoje a realidade é completamente outra, os homens mais preparados e de honra ilibada, não querem nem ouvir falar em política, talvez a razão está na pressão que fazem a oposição, e os maus exemplos que vimos em muitas cidades: roubalheira, politicagem e difamação.
A pressão é grande, parece que os homens de bem não são bem vindos na política, principalmente quando você quer fazer uma gestão honesta, cortando os gastos supérfluos, muitas das vezes, você bate de frente com os chamados “companheiros”, por estas e outras, que em pouco tempo não teremos ninguém querendo colocar seu nome nas disputas eleitorais.
Em Mutum, o prefeito depois de analisar a situação e a grande pressão que recebeu dos parceiros contra a sua administração, que necessitava de corte de gastos que ele achava necessário para salvar a máquina administrativa, diante de tanta pressão contrária, achou por bem renunciar ao cargo de prefeito.
Em Lajinha o prefeito Lúcio recebe de igual modo muita pressão, principalmente depois que dispensou alguns funcionários, alguns vereadores e alguns políticos de Lajinha dizem que ele irá renunciar, mas para o presidente da Câmara Flávio Elias, é pura fofoca, dizem que Lúcio é um homem de bem, que quer apenas ajudar Lajinha a recuperar suas finanças que, infelizmente a gestão anterior deixou a cidade totalmente quebrada, e o prefeito usa seu próprio carro e nem recebe diárias, tudo para ajudar a cidade.
Tem pessoas que são taxativas em afirmar: política no Brasil parece que foi feita para os desonestos. Antigamente bandido era tratado como bandido, só que muitos descobriram que podem praticar crimes e ainda desfrutar de mordomias diversas. Além de um bom salário o prefeito tem poderes de decisão que podem fazer seu salário triplicar. Veja algumas delas: diárias gordas, telefones para usar a vontade, para si e seus amigos protegidos, nomeações, licitações. Um prefeito que tem como salário de R$ 15 mil reais, na verdade chega a custar para o município R$ 100 a R$ 150 mil reais mês. Só para você ter uma ideia, pesquise alguns exemplos de prefeituras onde foram feitas auditorias o rombo é incalculável. Obras executadas sem licitações, funcionários fantasmas que o dinheiro ia para os bolsos dos prefeitos, estes e outros assuntos são corriqueiros nas sessões das Câmaras Municipais. Talvez existem mais registros gravados do que a real fiscalização.
Na região muitos prefeitos atuais e de mandatos passados enchem os tribunais de processos diversos sobre os mais variados crimes, o que predomina é o de improbidade administrativa. Infelizmente o mesmo que se passa na área federal sobre corrupção, todos usam o mesmo argumento, dizendo que na gestão passada também faziam. Alguns vereadores reclamam do uso indevido da máquina em favor de proprietários rurais, para fazer serviços nas propriedades particulares, para alguns vereadores o serviço deveria ser para todos, principalmente para os pequenos proprietários, mas infelizmente em muitos municípios as máquinas da prefeitura ajudam os proprietários bem sucedidos, que não necessitam de favores da prefeitura. Há casos em que o prefeito ignora as leis e administra como se o município fosse sua propriedade.
Para o prefeito que deseja acertar existem o IBAM – Instituto Brasileiro de Administração Municipal, que está colocando à disposição de todos aqueles que possuem interesse em conhecer aspectos da Administração Municipal a 13ª edição do Manual do Prefeito, publicação que desde 1967 vem recebendo atualizações, revisões e adequações para que sirva de orientação básica aos que administram o Município, que nela encontram conceitos fundamentais, indicação de providências, referências legislativas e muito mais informações sobre o que é o Município brasileiro.
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