Talvez você já ouviu alguém dizer a frase que intitula texto, se pudermos então reter a água significa que ela poderá tocar outros moinhos, estamos falando de uma técnica simples de grande valor, mas estava esquecida. Já imaginou uma forma de amenizar os efeitos maléficos da falta de chuva e da abundância dela, ao mesmo tempo? Pois é, o que parece ser contraditório se tornou possível por meio de uma técnica chamada Caixa Seca, que já existe há anos, e implementada no município de São Roque do Canaã ES, no ano de 2008, tendo já demonstrado resultados surpreendentes. A tecnologia consiste na construção de reservatórios tecnicamente dimensionados na margem das estradas para a captação das águas de chuva. O procedimento evita as enxurradas, a erosão, o assoreamento dos rios e a depredação das estradas pela chuva, aumentando ainda o armazenamento de água e o abastecimento do lençol freático, o que favorece as nascentes e a vazão dos rios. A Agenda 21 (1994) dedicou importância especial ao reuso, recomendando aos países participantes da ECO, à implementação de políticas de gestão dirigidas para o uso e reciclagem de efluentes, integrando proteção da saúde pública de grupos de risco, com práticas ambientais.
Reter o excesso de água nas épocas de fortes chuvas para uso no período da estiagem. A caixa seca é um reservatório natural e barato com tecnologia disponível para pequenos e médios produtores, ela serve para preservar água e manter vivas as nascentes, além de evitar assoreamento dos mananciais.
A construção das caixas secas, não deixa os leitos dos córregos e riachos receberem cargas de areia, e automaticamente mantém os cursos de água nas calhas naturais, evitando enchentes. Outra vantagem com a adequação das estradas com caixas secas é a conservação.
Segundo alguns engenheiros agrônomos afirmam que apesar das chuvas, as estradas vicinais e acessos às propriedades rurais equipadas com o projeto de caixas secas permanecem sempre em bom estado. “As águas das enxurradas vão direto para as caixas e não para os leitos dos mananciais. Não elevam o nível da lâmina e garantem a alta vazão das águas das nascentes.
O custo não é caro em comparação aos benefícios, os valores para construção e manutenção dos projetos de retenção de água por meio das caixas secas. “Variam de R$ 1 mil a R$ 2 mil por cada quilômetro de estrada. Vale a pena aderir ao sistema. Os resultados são excelentes”.
Vários municípios já fazem algum projeto visando a recuperação ambiental, em São Roque do Canaã foi lançado um projeto piloto, e atualmente já existem caixas secas em Afonso Cláudio, Itaguaçu, Santa Teresa, Ibatiba, Viana e Alegre.
Segundo engenheiros é preciso que se façam projetos individuais para cada estrada.
Hoje a grande preocupação dos técnicos é com a preservação dos recursos hídricos com o dever da adaptação aos sistemas que mantêm as nascentes e, automaticamente, as bacias hidrográficas.
É urgente a necessidade de preservar, todos devem aderir ao projeto, ele será a salvação dos rios contra o assoreamento, a população precisa se conscientizar de não jogar lixo dentro do rio.
É bom que saber que a iniciativa é boa, todavia, existem riscos com a abertura desses buracos. Para evitar o que já ocorreu em Iúna com a morte de duas crianças em 29 de dezembro de 2013, uma de 8 e outra de 5 anos, caíram em um desses buracos e morreram afogadas ao. O bom seria que se estudasse uma forma de tampá-los de forma a evitar este tipo de acidente.
Resultado positivo de São Roque, foram construídas 530 caixas secas em uma extensão de 10 quilômetros (km) de estrada. Após dois anos de funcionamento, o técnico já pôde constatar um aumento de 51% na vazão de uma das nascentes do rio Santa Júlia, que foi monitorada mês a mês. Além disso, foi confirmada a infiltração de aproximadamente 100 milhões de litros de água para o lençol freático e a retenção de 5.600 metros quadrados (m²) de sedimentos sólidos, que teriam ido parar nos rios, junto com outras partículas arrastadas pela água ao longo do caminho.
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