A qualidade duvidosa da educação brasileira e quando se comprova isso, com resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) é o principal indicador da qualidade do ensino básico no Brasil.
Em uma escala de 0 a 10, sintetiza dois conceitos, a aprovação escolar e o aprendizado em português e matemática. O aprendizado é definido por meio da média dos alunos na Prova Brasil. O Ideb é calculado para três etapas: anos iniciais e anos finais do EF e para o Ensino Médio. A aprovação é medida através dos dados do Censo Escolar. Os dados são processados pelo INEP, que divulga o Ideb a cada dois anos.
Com as escolas pública cada vez mais abandonadas pelo poder público, é triste constatarmos que as mudanças feitas no sistema de ensino fundamental são catastróficas, o MEC – Ministério da Educação, lança o “pacto para alfabetizar aos oito anos”.
Em agosto de (2012), o governo anuncia que em outubro será o lançamento do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, que estabelece que toda criança deve estar alfabetizada no fim do 3º ano do ensino fundamental, ou seja, aos oito anos. E pior, é o que prevê, também o Plano Nacional de Educação, em tramitação no Congresso.
Dizer que oito anos é a idade certa, é uma tremenda insensibilidade e um retrocesso, de muitos que já tivemos na educação brasileira. Não é por falta de alerta dados por vários professores e especialistas em educação para o fato de que, com as mudanças feitas no ensino fundamental, nos últimos anos, existem muitas crianças da escola pública que chegam ao terceiro ano, às vezes ao quarto, sem saber ler e escrever o mínimo necessário.
Há pouco mais de três décadas, as crianças chegavam ao fim do primeiro ano do primeiro grau já sabendo ler e escrever. Ainda, quando jardim de infância e pré eram coisas raras para pobres, as crianças entravam direto no primeiro ano, aos sete anos, e no final daquele ano saía lendo e escrevendo.
Levando em conta que acrescentaram o pré-escolar ao primeiro grau, aumentando o ensino fundamental de oito para nove anos, temos que considerar que a idade de alfabetização não mudou, pois, as crianças estão começando também um ano mais cedo. Então o segundo ano do Ensino Fundamental corresponde ao primeiro ano antes da mudança, mas continua sendo o ano da alfabetização e continua sendo aos 7 anos de idade. Porém devemos entender que muitas crianças hoje já aos 6 anos estão lendo devido as novas tecnologias.
Porque agora o governo retardou em um ano esse aprendizado? Para mascarar a má qualidade do ensino público, para continuar desprezando e relegando ao léu a educação brasileira, ou para justificar a não aplicação dos recursos necessários na educação.
Neste mês de abril de 2017, foi apresentada, pelo Ministério da Educação (MEC), a terceira versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) prevendo que, ao fim do 1.º ano do ensino fundamental, ou seja, aos 7 anos, as crianças saibam ler e escrever. O texto, que segue para análise e aprovação do Conselho Estadual de Educação (CNE), define que, ao fim do 1.º ano do fundamental, os alunos devem conseguir escrever “espontaneamente ou por ditado” palavras e frases.
A alfabetização sempre foi aos 7 anos e funcionava bem, quem mudou isso foi o próprio governo, que sucateou a educação, nas últimas décadas, e mudou a idade para oito anos, apenas para tentar esconder a má gestão do ensino brasileiro. Agora estão dizendo que irão mudar torcemos que melhore, pois é preciso resgatar a educação brasileira, sem o que não haverá futuro para novos brasileiros que estão nascendo.
Devido ao nosso momento econômico e a crise política com envolvimento de centenas de políticos, é até difícil imaginar bons resultados desse governo, mas é preciso ter esperança que o governo brasileiro, através do Ministério da Educação, cuide com mais atenção da educação brasileira, faça modificações no ensino para melhor, e não para pior, como bem provou o “pacto” para retardar a alfabetização de nossas crianças e as mudanças recentes no ensino médio. É necessário que se cumpram a lei investindo no mínimo o que determina a lei, mas o ideal que o investimento seja muito mais, para que nossos professores sejam melhor qualificados, nossas escolas melhor equipadas e para que os profissionais da educação sejam dignamente remunerados. Existem vários Estados brasileiros, que não cumprem a lei que determina o pagamento do piso mínimo para os professores. Como querer um bom desempenho de quem não é bem remunerado?
Fale com a redação [email protected] – (33)3331-8409