Se não bastassem os grandes problemas decorrentes da falta de emprego, atendimento precário na saúde, educação, carestia, inflação, desgoverno, temos que conviver com que já é consenso de todos, uma verdadeira indústria de multas nas grandes cidades e rodovias brasileiras. A ganância de se arrecadar cada vez mais, faz as prefeituras instalar radares para todos os cantos e principalmente em locais com pouca visibilidade.
Os motoristas reclamam contra o excesso de multas em razão dessa estratégia por velocidade acima do limite. Alegam que as placas informativas de mudanças de velocidade ficam em locais de difícil percepção e só são visualizadas quando os motoristas já estão muito próximos, sem tempo de fazer a redução necessária, não há um padrão de velocidade e isso confunde os motoristas, em um determinado lugar a velocidade é 60, outros 50 e 40, quando você percebe já foi multado.
É verdade que precisamos nos educar melhor, conscientizarmos da necessidade de obedecer às normas de trânsito, a maioria só diminui a velocidade onde há risco de multas, caso não visto em outros países onde o povo aprendeu que normas foram feitas para serem obedecidas, as autoridades também poderiam rever algumas falhas.
Na Alemanha, por exemplo, o número de mortos é quinze vezes menor do que no Brasil, com uma frota maior e sem limite de velocidade nas autoestradas. Apenas atribuir a vantagem de salvar vidas com a diminuição da velocidade, como fazem as autoridades, não se sustenta ou é contraditória. Caso fosse essa a lógica, seria só proibir a construção ou a comercialização de automóveis, uma vez que sem eles ninguém morreria de acidente automobilístico.
Todos nós autoridades e usuários necessitamos uma melhor compreensão de nossa realidade. Arrecadações recordes com multas e planos de aumento de receita.
Diretor de JARI (Junta Administrativa de Recursos de Infrações) dando entrevista dizendo que o índice de deferimento de recursos contra multas é de 10%, e a meta é baixar para 5%.
Esta última me chamou a atenção. Por que objetivar a redução do deferimento de multas, se o correto é julgar a procedência ou improcedência do recurso? No mínimo suspeito. Será que por trás de uma boa intenção, esconde-se uma indústria que visa apenas arrecadar dinheiro dos contribuintes?
Não precisei mergulhar fundo na pesquisa para achar depoimentos que mostram como funciona o nosso sistema de multas e os personagens envolvidos.
Veja abaixo alguns dos fatos e relatos encontrados nessa pesquisa. As conclusões ficam à vosso critério: Multas Absurdas
Um carro foi multado por dirigir a incríveis 4800 km/h, Em Niterói-RJ, um carro foi multado a 880km/h. Um Gol 1.0, detalhe. O recurso foi indeferido pela Jari.
Um motociclista foi multado. Sua infração: Não usar o cinto de segurança!!! Esse pelo menos ganhou o recurso.
Um carro com adesivo de deficiente recebeu 3 multas por estacionar… Em vaga de deficiente.
Essa aconteceu com um staff do hospital onde o autor fez a residência médica. Ele foi multado na esquina das Ruas Gonzaga Bastos e Pereira Nunes, no Rio de Janeiro. Quem tiver a curiosidade poderá ver que essas ruas são paralelas. Multa no infinito? Para variar, a Jari indeferiu o recurso, e a multa só foi cancelada na Justiça.
Uma senhora recebeu uma multa, com a foto de um carro Fiat. Só que ela era dona de uma Brasília. Da mesma forma, um rapaz recebeu uma multa com a foto de um ônibus, sendo dono de um carro comum. O indeferimento do recurso criou a versão nacional do filme “Transformers”.
Multado por estacionar em determinado trecho da Avenida Maracanã, no Rio de Janeiro, o motorista juntou ao seu recurso fotos do referido trecho, recheado de frades, árvores, grades e postes, ou seja, estacionar ali seria impossível. O indeferimento (já está ficando óbvio) criou um novo conceito: O veículo-faquir. Um motorista teve o carro enguiçado, sinalizou com o triângulo, ligou o pisca alerta, e um guarda o multou por estacionamento proibido. A grande questão: Não era para o guarda ajudar?
Um engenheiro estava em Angola no dia que recebeu uma multa por avanço de sinal em Botafogo (RJ). Recorreu mostrando as passagens, o ticket do estacionamento do aeroporto, e acho que vocês já sabem o que aconteceu…
Um cidadão recebeu duas multas iguais, no mesmo dia e mesma hora. Não conseguiu anular uma delas.
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