Tenho um texto intitulado “O voo 447 e as maiores tragédias do mundo”, que pode ser lido no site www.administradores.com.br, ou no portal www.jm1.com.br milhares de pessoas já leram o texto, escrevi, por discordar da atenção da grande mídia causando comoção em algumas tragédias e outras as vezes até maiores passam despercebidas, no mês de novembro ocorreram duas tragédias próxima uma da outra. Em Mariana/ MG, no dia 5, uma barragem da mineradora Samarco se rompeu e destruiu tudo que encontrou pela frente, inclusive dois vilarejos.
O último balanço divulgado pelo governo mineiro, dia 13 /11, apontou que o acidente deixou 8 mortos e ao menos 19 desaparecidos, segundo equipes que trabalham no resgate. Já no dia 13, aconteceu o ataque terrorista em três frentes em Paris. O primeiro-ministro da França, Manuel Valls, afirmou, na tarde do dia (20), que subiu para 130 o número de mortos nos atentados do dia 13 em Paris. O governo francês afirmou que há mais de 350 vítimas, muitas delas em estado grave. Consequência dos ataques terroristas atribuídos e assumidos pelo Estado Islâmico.
Pelos franceses, foi uma comoção total. As páginas do Facebook foram cobertas com as cores e a bandeira da França. Houve uma reação crítica e imediata na França e no mundo.
A tragédia em Mariana fora anterior e não teve muita divulgação, cheguei até criticar a Rede Globo pelo aparato jornalístico enviado para Paris e a cobertura exagerada em detrimento ao tratamento dado em Mariana é capaz que o presidente da França François Hollande, seja mais conhecido hoje nos arredores de Mariana que o próprio prefeito da cidade, depois de muito criticada a Rede Globo resolveu dar mais atenção ao caso de Mariana, mas por ser seus clientes potenciais, muitas coisas não são ditas.
Na Dinamarca, fizeram campanha nacional por ter tido 3 assassinatos em um ano, dentre eles um era policial, aqui as tragédias estão virando rotina; será que a comoção é porque foi praticada por terroristas.
Nenhuma campanha, nenhum minuto de silêncio nas partidas de futebol, nada foi visto, além do noticiário superficial, narrativo e rotineiro na mídia em geral. O que se viu foi um silêncio total, como se nada tivesse acontecido.
As estatísticas brasileiras não mentem, mantida a média anual de 50.000 assassinatos, temos todos os anos 384 tragédias iguais a de Paris por ano e ninguém se mexe, não podemos ignorar os números apenas por eles não estarem agrupados em um só momento, veja que a França juntando todas as tragédias em um ano, ficaria muito, muito distante da violência brasileira.
Estatísticas publicadas pela revista Veja sobre o ranking dos países mais inseguros, pela ordem 1º Iraque, Nigéria, Venezuela, 11º Brasil e 107º França. Aqui se mata mais que em muitas guerras, os assassinatos de policiais viraram rotinas, quase todos os dias há assassinatos de policiais.
Gostaria de ouvir a posição dos sociólogos e de outros profissionais explicando a comoção que causaram os mortos franceses e nenhuma providencia movida contra as matanças diárias que ocorrem no Brasil.
E o que dizer daqueles insurgentes aos franco-brasileiros que coloriram suas páginas em defesa do país europeu.
Aqui proliferam os casos sem solução até hoje, casos do assassinato do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel que, após 14 anos, continua sem julgamento de alguns investigados. O da boate Kiss, no qual 241 pessoas foram queimadas vivas e continua sem culpados.
O nosso povo deveria aprender com eles, na França, há reação pela população e medidas de fato; aqui, só desculpas. Até o momento não apareceu ainda quem é o órgão ou governo responsável pela fiscalização das barragens.
De uma temos certeza os políticos receberam muito dinheiro para fazerem suas campanhas.
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