Tecnologia da informação pode acelerar implantação de projetos habitacionais

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O Brasil ainda está atrasado em termos de utilização da tecnologia da informação (TI) e comunicação como ferramenta na construção civil. Embora existam empreendedores, construtoras e contratantes públicos que sabem como essa tecnologia pode ajudar na implantação de processos, “infelizmente isso não significa que os empreendimentos tenham essa tecnologia implementada”.

A avaliação foi feita pelo presidente da Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (Antac), professor Francisco Ferreira Cardoso, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). Segundo ele, a maioria não usa esses recursos. “A tecnologia está disponível, mas ainda é novidade para a grande maioria dos empreendimentos e dos projetistas isolados”.

De amanhã (17) a sexta-feira (19), a Antac realiza, no Rio de Janeiro, em parceria com as universidades Federal Fluminense (UFF) e Federal de Juiz de Fora (UFJF), o 4º Encontro de Tecnologia da Informação e Comunicação na Construção. O tema principal é a Modelagem e Integração do Conhecimento na Construção e o objetivo é destacar a importância da tecnologia da informação na construção civil. Seu uso ganha realce com o programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida, que prevê a construção de 1 milhão de casas para a população com renda entre três e dez salários mínimos, com recursos subsidiados.

O presidente da Antac disse que hoje em dia, mesmo as construções habitacionais mais simples são complexas e a produção corre em ritmo acelerado. “Então, ter ferramentas que apoiem a troca de informações entre os diferentes agentes do processo de produção é fundamental para acelerar o processo e garantir a qualidade do resultado”.

Para Cardoso, além de agilizar a troca de informações, a tecnologia da informação aumenta a qualidade do projeto e dá mais confiabilidade às decisões tomadas. Ou seja, “diminui as chances de erros”. O professor confirmou que o uso dessa ferramenta pode contribuir para a redução do custo inicial do empreendimento.

“Tudo o que concorre para a melhoria dos processos gerenciais tende a reduzir custos. Ela não vai mexer no produto em si: na casa, no prédio que vai ser construído. Mas, vai trazer elementos para aqueles que trabalham no projeto e na construção acelerarem o processo”, comentou.

Francisco Cardoso lembrou, por outro lado, que a TI pode ajudar na redução de outro custo fundamental, ligado à operação e à manutenção das construções. “Construções que tenham erros de projeto vão ter chance de funcionar mal ao longo do uso. Ou coisa até pior. São o que a gente chama de manifestações patológicas”.

Isso significa que um prédio ou uma casa malprojetados e malconstruídos podem apresentar “doenças” posteriormente, como problemas de passagem de luz, isolamento malfeito, trincas, acarretando ônus aos futuros moradores. “Isso representa custo para consertar o problema”. O presidente da Antac destacou que um projeto de melhor qualidade tende a ter custo menor de operação e de manutenção.

A gerente regional de Negócios da Caixa Econômica Federal no Rio, Solange Barata Duarte, participa do encontro no próximo dia 17, abordando o programa Minha Casa. Minha Vida.

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