A taxa de brasileiros que estão otimistas quanto à situação econômica do país ficou em 67,2% em dezembro, 3,5 pontos percentuais a mais do que em novembro e maior do que o apurado no mesmo período de 2010 (64,6%). Segundo o Índice de Expectativa das Famílias (IEF) divulgado hoje (5), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 78,2% das famílias indicaram estar melhor financeiramente atualmente do que há um ano, número maior do que o analisado no mês anterior (74,7%).
A pesquisa revelou ainda que 86,6% das famílias têm expectativas positivas para a situação familiar este ano. Outras 57,4% acreditam que o momento é ideal para adquirir bens de consumo, enquanto 39,2% consideram que não é o momento de ir às compras.
De acordo com o presidente do Ipea, Márcio Pochmann, o otimismo das famílias brasileiras deve-se à confiança de que o país continua crescendo mesmo que em um ritmo menor e que, ainda assim, o crescimento registrado permitiu a ampliação dos postos de trabalho, além da elevação da renda, principalmente nos segmentos que constituem a base da pirâmide social.
“Ao mesmo tempo, dezembro é um mês em que se recebe o décimo terceiro salário e em que se ampliam as vagas de trabalho temporárias, dando a perspectiva de que esse tipo de situação possa ter continuidade ao longo do ano de 2012”.
Pochmann ressaltou que as pessoas com maior grau de escolaridade são as mais otimistas enquanto as de menor grau de escolaridade são as mais pessimistas. Os dados indicam que, entre os otimistas, 73% possuem grau superior, acima dos 63,2% registrados no mês de novembro. Entre os pessimistas, estão 57,7% que não têm escolaridade, menos do que no mês anterior (59%). A classe sem escolaridade teve crescimento das expectativas negativas, para os próximos 12 meses, de 26,4%, registrados em novembro, para 30,3%, em dezembro.
O presidente do Ipea disse também que o segundo semestre do ano passado foi um momento em que as famílias decidiram fazer ajustes quanto ao seu endividamento. Os dados mostraram que, em dezembro, 56,1% das famílias afirmaram não ter dívidas, mais do que o registrado no mês anterior (55,6%). “A elevação da taxa de juros no ano passado, de certa maneira, serviu como processo educativo para as famílias não tomarem tanto crédito quanto vinham tomando”, observou Pochmann.
De acordo com os números, 92,3% das famílias não planejam tomar empréstimo ou financiamento para adquirir algum bem nos próximos três meses. Em novembro, esse índice era de 89,8%.
Agência Brasil