O rei da Espanha, Juan Carlos I, se reúne hoje (4) com a presidenta Dilma Rousseff e vários ministros, no Palácio do Planalto e, depois em um almoço no Ministério das Relações Exteriores. Em discussão, a ampliação das relações econômicas entre os dois países e a tentativa de encerrar o constrangimento causado pelas dificuldades para a entrada de brasileiros na Espanha e de espanhóis no Brasil.
Disposto a desfazer o mal-estar causado pelas questões migratórias entre o Brasil e a Espanha, Juan Carlos discursará no Itamaraty falando parte do texto em espanhol e outra em português. É a primeira viagem do rei ao exterior depois que ele colocou uma prótese no quadril, após um acidente durante caça na África. Do Brasil, Juan Carlos segue para o Chile.
O rei viaja acompanhado por um grupo de empresários espanhóis interessados em ampliar os negócios no Brasil. A Espanha é o segundo maior investidor estrangeiro no Brasil, com estoque de capital superior a US$ 85 bilhões. Em 2011, o comércio bilateral registrou US$ 7,97 bilhões – o que representa aumento de 20% em comparação a 2010.
Durante a visita, segundo autoridades brasileiras, deverá ser abordada também a questão do tratamento dado aos brasileiros que viajam à Espanha. Para assessores que preparam a visita, o rei deverá usar sua imagem para amenizar a situação na conversa com a presidenta.
Juan Carlos está em Brasília no mesmo dia em que é realizada em Madri, capital espanhola, uma reunião bilateral sobre questões migratórias, com a participação da ministra Maria Luiza Lopes da Silva, diretora da Divisão de Políticas Consulares e de Brasileiros no Exterior do Ministério das Relações Exteriores.
Há dois meses, o governo do Brasil adotou medidas recíprocas referentes às exigências para que turistas espanhóis entrem no país. Só após a adoção dessas medidas, o governo da Espanha concordou em negociar mudanças nas exigências para a entrada de brasileiros.
De acordo com diplomatas, são frequentes as reclamações de brasileiros que se queixam de problemas no trato, discriminação e má acomodação. Na Espanha, houve casos de cidadãos brasileiros ficarem até três dias detidos no aeroporto.
Agência Brasil