China e demanda interna elevaram o valor do produto no mercado, também aquecido pela avicultura e suinocultura
A exportação de carne bovina bateu recorde histórico na balança comercial mineira. De janeiro a novembro, a receita foi de US$ 728 milhões, decorrentes de mais de 164 mil toneladas embarcadas, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) analisados pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
As compras realizadas pela China são o principal motivo para a alta. O aumento das aquisições foi de 64,7% em relação ao mesmo período do ano passado. O preço do produto também teve reajuste significativo, crescendo cerca de 33% na mesma base de comparação.
Com o aumento da demanda, o valor no varejo já foi reajustado, aquecendo também os setores de avicultura e suinocultura. Com o preço mais atrativo e impulsionado pelas festividades de fim de ano, as carnes suína e de frango tendem a ocupar mais espaço na mesa do consumidor mineiro.
No país, o consumo per capita de carne de frango saltou de 38,5 kg por ano, em 2008, para 42,1 kg por ano, em 2017. Um crescimento de, aproximadamente, 10% em uma década. No caso da carne de porco, a expansão foi de 11% no mesmo período.
Subsecretário de Política e Economia Agrícola, João Ricardo Albanez explica que o cenário é propício para que cadeias com uma dinâmica produtiva mais rápida sejam beneficiadas. “É o caso da avicultura, que ao contrário da bovinocultura de corte, pode completar seu ciclo em 40 dias”, destaca. “Fatores como seca prolongada e o crescimento da demanda interna e externa elevaram o preço da carne bovina, que será regulado pelo mercado. O importante é que não há risco de desabastecimento de proteína animal”, explica.
Reajuste
A seca registrada no país em 2014 e 2015 está entre as razões para o reajuste do preço da carne bovina. Os períodos de estiagem prolongada comprometeram pastagens e tornaram mais demorada a engorda dos rebanhos.
Uma das consequências diretas foi o abate de fêmeas para suprir a demanda pela proteína animal. O resultado foi a diminuição do número de bezerros disponíveis, impactando a oferta. Fatores externos também influenciaram a alta. A proliferação da peste suína africana reduziu significativamente a população desses animais para abate no país asiático.
Outras exportações
As exportações mineiras do agronegócio somaram US$ 7,21 bilhões, no acumulado de janeiro a novembro de 2019, o que representou cerca de 30% de tudo o que o estado enviou ao exterior.
Os principais grupos de produtos negociados foram café (44%), soja (19%), carnes (13%), complexo sucroalcooleiro (9%), produtos florestais (9%) e fibras e produtos têxteis (1%). O somatório das vendas gerou para Minas US$ 6,88 bilhões, o equivalente a 95,4% dos produtos oriundos do agronegócio mineiro.
Agência Minas