Os estivadores do Porto de Santos, responsáveis pela colocação e retirada de cargas nas embarcações, fazem hoje (1°) uma paralisação que começou às 6h e está programada para terminar às 13h. De acordo com a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a greve afeta os terminais públicos de contêineres e prejudica quatro dos 50 navios atracados no porto nesta segunda-feira.
Sandro Olímpio, diretor do Sindicato dos Estivadores de Santos (Sindestiva), contabiliza que 180 trabalhadores aderiram ao protesto, sendo que 80 estão a bordo das embarcações e 100 fora dos terminais. Esses profissionais atuam nos terminais de contêineres do porto público, operados pela Brasil Terminais, Ecoporto, Santos Brasil e Libra Terminais.
O diretor do sindicato explica que a categoria reivindica aumento salarial de 15% além da reposição inflacionária, aumento do vale-refeição de R$ 21 para R$ 30 por dia e melhores condições de saúde e higiene. Eles pedem também que a quantidade de trabalhadores seja mantida, e que metade seja contratada pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e o restante em contratos avulsos.
As empresas que operam os terminais, de acordo com Sandro, sinalizaram a intenção de contratar pela CLT todos os empregados. Porém, os estivadores preferem manter a paridade em meio a meio, pois o trabalho avulso é melhor remunerado e gera mais oportunidade de serviço. “[As empresas] querem vincular 100 homens e deixar 2 mil desempregados. Temos hoje 2,4 mil trabalhadores. Assim, [os avulsos] ficam sem poder ‘rodiziar’ dentro dos terminais de contêineres, onde a remuneração é maior. O trabalhador vai passar fome”, disse ele.
De acordo com o Sindicato dos Estivadores, a negociação com o Sindicato dos Operadores Portuários do Estado São Paulo (Sopesp), que representa as empresas Brasil Terminais, Ecoporto, Santos Brasil e Libra Terminais, ocorre desde 28 de fevereiro, mas não tem avançado. “Da nossa pauta de reivindicações, eles não atenderam nenhuma. Nem o índice [de reajuste salarial] eles querem dar”, declarou Sandro.
Nos demais terminais do Porto de Santos, como os de uso privado, houve acordo com os estivadores e as atividades estão normais hoje. “Foi uma briga, porque queriam vincular os funcionários. Mas fechamos acordo e ficou meio a meio [entre contratados e avulsos], por isso está tudo tranquilo. Lá as atividades estão normais. Os únicos que emperram as negociações são os terminais de contêineres do porto público”, explicou Sandro.
A Agência Brasil tentou contato com o Sindicato dos Operadores Portuários do Estado São Paulo (Sopesp), mas até o momento da publicação da matéria não obteve resposta. O Sindicato dos Estivadores informou que uma assembleia para decidir sobre novas paralisações vai depender da resposta vinda das empresas.
Agência Brasil