Descentralizar o crescimento econômico de Minas Gerais a partir de ações regionalizadas. Este é o principal desafio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (SEDE), que já está trabalhando em estratégias para atingir o objetivo. Dados sobre a fragilidade econômica do estado e concentração de investimentos foram divulgados no Diagnóstico MG anunciado pelo governador Fernando Pimentel na última segunda-feira (6/4). De acordo com a SEDE, o levantamento mostrou que Minas Gerais não possui uma política de desenvolvimento econômico eficaz e indutora de investimentos para todas as regiões. Nos últimos anos, a secretaria esteve focada em ações para a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) em detrimento de todas as outras localidades mineiras. Esta ação centralizadora dificultou novos empreendimentos, diminuindo a capacidade de geração de renda, de emprego de qualidade e de redução de desigualdades econômicas e sociais. A solução proposta pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Altamir Rôso, éa criação de uma política pública que induza o crescimento em diferentes regiões do estado. Para isso, a SEDE seguirá uma nova divisão conceitual do estado em 17 regiões. E serão construídos Planos de Desenvolvimento Econômico específicos para as características e necessidades socioeconômicas de cada uma delas. Os planos de desenvolvimento estão sendo feitos em parceria com a sociedade civil organizada e empresários locais. Serão realizadas ainda reuniões e workshops abertos à população e coordenados por especialistas em gestão de território e desenvolvimento sustentável. Considerando os anseios e necessidades regionais, esses encontros darão suporte aos técnicos da SEDE na construção das políticas de desenvolvimento de cada região. Isso significa analisar a realidade local, apontar, planejar e indicar a forma de execução de intervenções e obras nas áreas de logística, infraestrutura, mobilidade, meio ambiente e saneamento. A. “Minas é privilegiada. Aqui temos muitos recursos naturais, estamos bem situados geograficamente, além de uma cultura rica e um povo talentoso. Planejar políticas específicas às potencialidades de cada região amplia as chances de desenvolvê-las mais e melhor, atraindo mais partir destas informações, serão implementadas ações voltadas à indução de investimentos por todo o estado investimentos e gerando bem-estar social”, afirma Rôso. Cenário atual em Minas No acumulado de 2009 a 2013, o Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais cresceu 11,1%, enquanto o brasileiro subiu 14%. Isso se deve, principalmente, ao desempenho da indústria no estado, que cresceu apenas 1,8% no período, ante uma alta de 6,9% no país, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Fundação João Pinheiro (FJP). Em relação ao PIB per capita, indicador que também reflete a realidade socioeconômica, Minas ocupa a décima posição nacional, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego e IBGE–PNUD-2013. Fazendo o recorte pelos diferentes setores industriais, observa-se que a indústria extrativa teve neste mesmo período queda de 3,5%, e a de transformação caiu 0,2%. A construção civil apresentou alta de 15,9%, percentual menor que o índice nacional, que foi de 18,3% do Brasil.,