Brasília – Analistas do mercado financeiro voltaram a projetar retração do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, em 2009. A estimativa passou de crescimento de 0,21% para queda de 0,26%. A informação consta do boletim Focus, publicação semanal elaborada pelo Banco Central (BC), com base em projeções de analistas do mercado financeiro para os principais indicadores da economia.
A estimativa pior foi apresentada depois que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, no última quarta-feira (10), que a economia brasileira cresceu 1,3% no terceiro trimestre do ano na comparação com o trimestre anterior. O resultado ficou abaixo das estimativas de analistas e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que esperava expansão de 2%.
Para 2010, os analistas continuam apostando na recuperação da economia, com crescimento do PIB de 5,03%, um pouco maior do que o projetado no boletim anterior (5%).
Essas projeções para o crescimento econômico são importantes tanto para as empresas quanto para os trabalhadores. No caso das empresas, as estimativas servem como indicativo de qual será a demanda pelos seus produtos. Já para os trabalhadores, as projeções sobre o PIB têm a ver com a disponibilidade de emprego e até mesmo com as perspectivas salariais do mercado de trabalho.
Além da estimativa para o PIB, o boletim Focus divulga expectativas para outros indicadores. Entre eles está a produção industrial, que neste ano deve ter retração de 7,65%, ante -7,73% previstos no boletim anterior. Para o próximo ano, a estimativa de crescimento da produção industrial passou de 6,85% para 7%.
A projeção para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB foi alterada de 44,30% para 44,50%, em 2009, e mantida em 42,50% para 2010.
A expectativa para a cotação do dólar subiu de R$ 1,70 para US$ 1,73 ao final deste ano e foi mantida em R$ 1,75 ao fim de 2010.
A previsão para o superavit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) neste ano foi mantida em US$ 25 bilhões. Para 2010, os analistas reduziram a estimativa de US$ 12 bilhões para US$ 11,3 bilhões.
Para o deficit em transações correntes (registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior) neste ano, os analistas mantiveram a estimativa de US$ 18 bilhões. Para 2010, foi ajustada a projeção de deficit de US$ 37 bilhões para US$ 40 bilhões.
A expectativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) foi mantida em US$ 25 bilhões, em 2009, e em US$ 35 bilhões, em 2010.