O ministro da Secretaria de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, disse que o fim do período eleitoral vai permitir que o tema dos direitos humanos volte a ser debatido sem distorções.
“Neste momento, o debate foi feito de maneira distorcida, estressada. Trata-se de ter paciência e recolocá-lo em bases de serenidade, calma, ouvindo pontos de vista e respeitando convicções religiosas para que o país siga decidindo pelo caminho democrático”, disse ao participar da entrega do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.
Vannuchi ressaltou que apesar de estar rebatendo as críticas contra o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH 3), – “temos que responder” – ele prefere evitar as discussões acaloradas. “Nós vamos lamentar que tenha havido esse uso eleitoreiro distorcido, mas nem por isso vamos deixar os ânimos tensos”.
O ministro reconheceu que pontos com fundo religioso, como a descriminalização do aborto e a união civil entre pessoas do mesmo sexo, “ ainda são tratados com muita tensão”.
Ele negou que as resistências de parcelas de população a mudanças nessas áreas representem retrocesso na discussão dos direitos humanos. “Vamos lembrar que há dez ou vinte anos as pessoas não podiam sequer sair nas ruas. Hoje, há paradas gays no Brasil inteiro. Os tempos mudam”, destacou.