Dilma diz que tragédia no RJ não é comum no país

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 Emocionada, a presidente Dilma Rousseff prestou homenagem nesta quinta-feira às crianças mortas em uma escola no Rio de Janeiro após um homem ter invadido o prédio e atirado contra os estudantes nesta manhã.
A presidente, que participava de cerimônia com micro empreendedores no Palácio do
Planalto cancelou seu discurso e encurtou o evento. Pediu um minuto de silêncio
e chorou ao homenagear “brasileirinhos que foram tirados tão cedo da vida”.
Nesta manhã, um homem armado invadiu a escola municipal Tasso da Silveira, em
Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro. Disparou várias vezes e matou 10
alunos, antes de se suicidar.
“Não era característica do país ocorrer esse tipo de crime, por isso eu
considero que todos aqui, todos nós, homens e mulheres, aqui presentes, estamos
unidos no repúdio àquele ato de violência, no repúdio a esse tipo de violência
sobretudo com crianças indefesas”, disse a presidente.
Antes do evento, o porta-voz da Presidência, Ricardo Baena, disse que Dilma está
acompanhando “com grave preocupação” a tragédia no Rio e conversou, por
telefone, com o prefeito da cidade, Eduardo Paes (PMDB), e com o governador do
Estado, Sérgio Cabral (PMDB).
A presidente determinou que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, tome
providências sobre o episódio.

Psicóloga Juliana Bizeto

É difícil imaginar que uma pessoa em sã consciência entre em uma escola e atire em crianças, diz a psicóloga Juliana Bizeto, professora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e da Uniban (Universidade Bandeirante de São Paulo).

Segundo a psicóloga, uma das explicações para esse comportamento violento seria o surto psicótico. Caracterizado pela perda da noção de realidade e por uma desorganização do pensamento, o surto pode ser causado por doenças como a esquizofrenia, por um trauma muito grande ou pelo uso de drogas, a exemplo da cocaína.

Quando a pessoa está em uma crise psicótica, ela confunde os pensamentos e passa a enxergar a realidade de uma maneira distorcida.

“Eu já atendi casos em que a pessoa não tinha noção do que tinha feito. Ela achava que estava atirando nas sombras que estava vendo, quando na verdade eram pessoas”, conta a psicóloga.

Bizeto ressalta que casos como o que aconteceu no Rio nesta manhã poderiam ser evitados se houvesse mais suporte à saúde mental no Brasil.

“Muitas vezes o surto psicótico é tratado com remédios extremamente baratos e acessíveis no posto médico. A questão da doença mental é algo muito sério e quando não é bem tratada ela acaba atingindo outras pessoas, seja qual for a motivação.

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