A China considerou o ataque de hoje (22) a um mercado de Xinjiang, no Noroeste do país, “um ato terrorista anticivilização” que “deve ser condenado pela comunidade internacional” e assegurou que “os terroristas nunca alcançarão os seus propósitos”.
O ataque, com explosivos, matou 31 pessoas e feriu 94 em um mercado ao ar livre de Urumqi, capital de Xinjiang, região autônoma da China, de maioria muçulmana, que nos últimos anos tem sido palco de frequentes atos de violência atribuídos pelas autoridades a “separatistas ligados à Al Qaeda” e a “extremistas religiosos”.
“A violência, mais uma indicação da natureza anti-humana, antissocial e anticivilização dos terroristas, deve ser condenada pelo povo chinês e a comunidade internacional”, disse Hong Lei, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Urumqi fica a mais de 2 mil quilômetros de Pequim.
O ataque de hoje – o segundo registado na capital do Xinjiang em menos de um mês – ocorreu por volta das 8h. Testemunhas citadas pela Agência Xinhua dizem ter visto dois veículos colidirem deliberadamente com as pessoas que se encontravam no mercado e, antes de os carros explodirem, seus ocupantes lançaram bombas. Muitos dos feridos eram idosos que costumavam ir ao mercado de manhã cedo, disseram as testemunhas.
“O governo chinês tem a confiança e a capacidade para reprimir os audaciosos terroristas, que nunca alcançarão os seus propósitos”, disse o porta-voz.
No último dia 30 de abril, um ataque na Estação Ferroviária de Urumqi deixou um morto e 79 feridos. Dois dos autores foram mortos no local.
Um ataque idêntico, atribuído também a “extremistas religiosos” de Xinjiang, mas feito em outra província, matou 29 pessoas e deixou 79 feridas em março deste ano.
Xinjiang é um território cerca de 17 vezes maior que Portugal e com apenas 23,5 milhões de habitantes, muito rico em recursos minerais, que faz fronteira com o Afeganistão, Paquistão e várias ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central.
Os uigures, povo de religião muçulmana e cultura turca, constituem cerca de 45% da população, mas o número de han, a maior etnia da China, tem aumentado muito nos últimos anos, provocando ressentimentos.
Agência Lusa