Cemig alerta para os riscos de soltar papagaios perto da rede elétrica

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Durante o inverno, a prática de soltar papagaios se intensifica devido ao tempo favorável – céu limpo, ventos mais intensos e constantes, escassez de chuva e de raios. No entanto, essa brincadeira pode trazer graves consequências, se praticada próximo à rede elétrica.

Segundo informações da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), cerca de 1,1 milhão de consumidores em todo o Estado foram prejudicados, em 2010, por papagaios presos nas linhas de distribuição. Foram registradas 4.562 interrupções no fornecimento de energia provocadas por papagaios, representando 2% do total. Mais da metade dos desligamentos (2.776) ocorreram exatamente durante o inverno, entre os meses de junho e setembro, atingindo cerca de 700 mil consumidores.

As principais causas dos desligamentos são o rompimento de cabos por causa do uso do cerol – mistura cortante feita com cola, vidro e restos de materiais condutores de eletricidade, e curtos circuitos provocados pela tentativa de retirar o papagaio da rede. De janeiro a junho de 2011, foram contabilizadas cerca de 1,9 mil ocorrências e cerca de 500 mil consumidores sem energia.

Em 2010, o maior número de interrupções causadas por papagaios na rede elétrica aconteceu na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH): 2.131 ocorrências. De janeiro a junho deste ano, foram registrados 1.067 desligamentos.

Acidentes

De acordo com o engenheiro de Segurança do Trabalho da Cemig, Demétrio Venício Aguiar, a maioria dos acidentes acontecem quando o papagaio fica preso na rede elétrica e as crianças tentam retirá-lo utilizando materiais condutores, como pedaços de madeira e barras metálicas, entre outros.

Ele ressalta que o contato com a rede elétrica pode ser fatal, além do perigo de queda em função do impacto causado pelo choque elétrico. “As crianças também se arriscam subindo em muros, postes, linhas de transmissão e construções, e muitas soltam pipas com arames e fios, o que é muito perigoso”, afirma o engenheiro. Os acidentes mais comuns são queda de altura e choque elétrico com queimaduras graves.

Felizmente, neste ano, a Cemig não registrou nenhum acidente causado por papagaios. Mas, nos últimos quatro anos, aconteceram quatro acidentes dessa natureza com vítima fatal. O primeiro ocorreu em julho de 2007, com uma criança de nove anos, em Machado, no Sul de Minas. O outro foi em julho de 2008, em Belo Horizonte, com uma criança de 12 anos, que sofreu choque elétrico e queda. Em agosto de 2009 uma menina sofreu choque elétrico ao tentar retirar um papagaio da rede elétrica utilizando uma barra de ferro e, em julho de 2010, um jovem de 22 anos encostou na rede elétrica quando tentava retirar um papagaio preso a uma castanheira.

Ainda segundo Demétrio Aguiar, outro hábito que deve ser evitado é o uso do cerol. A mistura pode transformar uma simples linha de papagaio em um material condutor e provocar choque elétrico ao entrar em contato com a rede. Há também o risco de acidentes com motociclistas e transeuntes, provocados pela mistura cortante.

“Tenho observado que muitas crianças, ao procurar um local sem redes elétricas, estão se arriscando em beiras de rodovias, de pontes e viadutos. Além do risco de atropelamento há a possibilidade de acidente com motociclistas e ciclistas que ao tocarem a linha podem se machucar, mesmo que esta não tenha cerol”, alerta o engenheiro.

 

Agência Minas

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