Férias escolares não significa descanso para todos. É nessa época do ano que o índice de acidentes domésticos, envolvendo crianças de até 14 anos, aumenta consideravelmente. Os acidentes ou lesões não intencionais representam a principal causa de morte de crianças de 1 a 14 anos no Brasil. No total, mais de 5 mil crianças morrem e cerca de 110 mil são hospitalizadas anualmente, de acordo com dados do Ministério da Saúde, configurando-se como uma séria questão de saúde pública.
De acordo com a pediatra do Hospital João XXIII, da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), Marislaine Lumena de Mendonça, nesta época muitas crianças ficam sozinhas e os riscos aumentam. “Como a maioria dos pais trabalha, as crianças muitas vezes não contam com a supervisão de um adulto responsável, o que, com certeza, contribui para a ocorrência de acidentes no lar”, ressaltou.
Estimativas mostram que a cada morte, outras quatro crianças ficam com sequelas permanentes que irá gerar, provavelmente, consequências emocionais, sociais e financeiras à essa família e à sociedade. “Apesar disso, cerca de 90% das ocorrências poderiam se evitadas com a adoção de medidas simples de prevenção”, ressaltou a médica.
Prevenção
Um dado curioso apontado pela pediatra é que o reaproveitamento de frascos de refrigerantes para acondicionar produtos de limpeza é uma das principais causas da intoxicação por ingestão de líquido tóxico. “Além de evitar colocar produtos de limpeza nesses vasilhames, os pais não devem deixar ao alcance das crianças produtos que contenham soda cáustica em sua fórmula”, frisou a médica. “Caso ingerida, a soda cáustica causa danos irreversíveis ao trato digestivo”, afirmou.
Mas, o maior índice de atendimento de urgência concentra-se nas quedas. As escadas, lages sem proteção e bicicletas têm sido os principais causadores de acidentes nessa faixa etária da população. “As crianças são mais impulsivas, principalmente os adolescentes, que acreditam que estão imunes a todos os perigos. Eles se arriscam mais e estão mais suscetíveis a acidentes com consequências desastrosas”, frisou a médica
agência Minas