Ação contra jogos de azar prende filho do presidente da Imperatriz e mais 69

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Pelo menos 70 pessoas foram presas – 67 no Pará, duas na Bahia e uma no Rio de Janeiro – nesta sexta-feira na Operação Efeito Dominó. A ação combate organizações criminosas que exploram ilegalmente jogos de azar e atuam nos Estados do Pará, do Rio de Janeiro e da Bahia. Entre os detidos está o filho e a nora de Luizinho Drumond, presidente da escola de samba carioca Imperatriz Leopoldinense. Luiz Lourenço Drumond foi preso no Pará, enquanto que a sua mulher foi detida na capital fluminense. 

De acordo com o delegado Ricardo Caçapietra, um dos comandantes da operação, o filho do presidente seria um dos mentores do esquema juntamente com outras pessoas do Pará. Além das prisões, foram apreendidos máquinas e equipamentos eletrônicos usados no esquema ilegal, e mais de R$ 2 milhões em dinheiro. A ação é resultado de um ano e meio de investigações e foi feita pela Polícia Civil do Pará, com a colaboração do Ministério Público Estadual e as Secretarias de Segurança do Rio de Janeiro e Bahia.

Cerca de 260 policiais civis e 40 policiais militares participaram da ação. Os investigados foram indiciados pelos crimes de exploração de jogo do bicho, formação de quadrilha armada, crime contra a economia popular, lavagem de dinheiro, formação de cartel e falsidade ideológica.

Segundo o delegado geral da Polícia Civil, Rilmar Firmino, os “bicheiros” dos três Estados montaram um sofisticado sistema de apostas e venda de recargas de celular. “Os apontadores paraenses faziam uso de máquinas e tecnologia fornecidas por empresas baianas que lhes possibilitavam fazer a aposta do jogo do bicho e também a venda de crédito de recarga de celular”, detalha.

Ainda de acordo com Firmino, algumas das empresas investigadas teriam ligação com a forma de agir do bicheiro Carlinhos Cachoeira e também foram alvo das operações Dedo de Deus, feita pela Polícia Civil do Rio de Janeiro em 2011, e Aposta, conduzida pela Polícia Federal em 2007. O presidente da Imperatriz Leopoldinense, Luizinho Drummond, o ex-prefeito de Teresópolis, Mário de Oliveira Tricano, o patrono da Beija-Flor, Aniz Abraão David, o Anísio, e outros 17 foram indiciados na Dedo de Deus.

O delegado explicou que um dos primeiros alvos da polícia foi a sede administrativa e financeira da banca de bicho Parazão, considerada uma das mais ativas no Pará, que funcionava em uma casa de três andares localizada na rua Cipriano Santos, no bairro de Canudos, na capital. No local, os policais recolheram diversos tipos de documentos. Um deles, inclusive, revelava que a arrecadação diária do grupo girava e torno de R$ 1 milhão. “Com o pagamento dos prêmios, o lucro líquido deles ficava entre R$ 100 a R$ 200 mil por dia”, informou o promotor Milton Menezes.

Outros materiais encontrados, como celulares, discos rígidos de computadores, comprovantes de movimentação e nomes de pessoas envolvidas na atividade também foram apreendidos. “Todo esse material foi recolhido e levado para a Delegacia-Geral. Alguns também foram levados para o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves. Ao mesmo tempo, nós já vamos incluí-los no inquérito policial”, explicou o delegado Ricardo Caçapietra.

Prisões da Bahia
Na Bahia, os mandados de prisão foram cumpridos no Caminho das Árvores e na Pituba, em Salvador. O empresário Adilson Santana Passos Júnior foi localizado na empresa Cell Cred, instalada no Condomínio Mundo Plaza, na Avenida Tancredo Neves, onde os policiais apreenderam R$ 350 mil em dinheiro, documentos de contratos e recibos bancários. Suspeito de ser o responsável pela contabilidade da organização criminosa, o contador Arivaldo dos Santos Cerqueira foi detido no bairro da Pituba.

Agência Brasil

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