Por Uemerson Florêncio
Pessoas mudam pessoas, ou seja, pessoas alteram o padrão comportamental umas das outras. O que motiva estas mudanças? As próprias atitudes positivas ou negativa que elas adotam. Neste caso, sendo negativa fruto de assédios e abusos sexuais podem trazer sérias consequências na vida das suas vítimas. As nossas crianças e adolescentes são seres humanos ainda em formação e maturação da personalidade. O que representa ou significa que ainda estão na condição de vulneráveis. Será que você não viveu situações de abusos na sua infância ou adolescência?
Sendo bem direto, você realmente observa os seus filhos de forma criteriosa ou simplesmente pergunta como eles estão sem dar a devida atenção para o que eles respondem? Você sabe listar quais são as alterações comportamentais nos seus filhos atualmente ou não tem tempo para observar? Quanto você observa algumas alterações comportamentais em seus filhos, quais são as providências adotadas?
Você já percebeu alguma mudança repentina no estado de humor dos seus filhos? Percebeu a chegada de um profundo silencio em variados momentos? Em diversas situações geralmente o silêncio é fruto de um cenário de fortes ameaças por parte da pessoa assediadora ou responsável pelos abusos. As situações de ameaças geram uma tendencia ao isolamento social com forte redução na participação de eventos sociais – a exemplo de aniversários, festejos familiares e outros. Ao observar seus filhos com estes comportamentos lhe tranquiliza ou lhe incomoda?
Se for a sua filha muda repentinamente e embarco neste silêncio profundo, ela pode estar pedindo socorro com esta postura. Não podemos esquecer do chamado estado de tensão, apreensão, estresse, desconfiança, impaciência, acompanhada de atitudes que podem ser observadas como grosseiras ou até mesmo, violentas. Este estado de revolta interna é auto destrutivo ou auto depreciativo. Quantas crianças abusadas dentro da família ou no ambiente escolar tiveram as suas vidas transtornadas repentinamente? Observe os seus filhos com mais cuidado. Será mesmo que não estão com comportamentos estranhos?
Em muitos casos, após situações de abusos, identificamos muitas crianças e adolescentes numa crescente falta de concentração, dispersão, acompanhada de sono intenso ou insônia constante. Muitas delas optando pela companhia mais frequente do celular no sentido de preencher os vazios gerados por estes abusos. Quantas vítimas vivem o esquecimento ou desligamento de si mesma com o auto abandono? A qualidade do sono com pesadelos constantes é uma outra realidade. Não reclame com eles, não grite, pelo contrário, se reaproxime com carinho, atenção e cuidado. Eles são vítimas, não algozes!
Em muitas vítimas é visível o afastamento perante qualquer tipo de aproximação física entre familiares, amigos e professores – a exemplo de abraços e aperto de mão. Afinal, todo e qualquer tipo de contato físico é como se elas estivessem acessando as memórias traumáticas das situações vividas. Da mesma forma, se aplica para aquelas pessoas que tratam as vítimas com expressões de carinho e palavras no diminutivo, a reação é a mesma – estresse e insatisfação, podendo nem olhar estas pessoas nos olhos. Elas evitam qualquer tipo de aproximação. Quantas crianças ou adolescentes ficam totalmente desconfortáveis perante alguns familiares, amigos ou professores? Apenas observe com muito critério, para evitar julgamentos negativos com um inocente.
É muito importante concentrar atenção para crianças e adolescentes que apresentam comportamentos sexuais, a exemplo de brincadeiras de cunho sexual. Há uma possibilidade desta criança ou adolescente ter sido ativada negativamente com atitudes pós traumáticas, onde se busca mais do mesmo, abra os olhos. Quantas crianças tem postura de criança e repentinamente surgem novos padrões comportamentais sexualizados? Não é para acender o alerta? Sim, é para ter atenção!
Reflita sobre os sintomas presente em vítimas de assédios e abusos sexuais:
– Elas podem manifestar a sensação de julgamento constante, acompanhada de desconfiança entre as atitudes das pessoas em seu entorno.
– Queda no aproveitamento escolar. E, se o abusador for um alguém do ambiente escolar, pode começar adotar postura de retração, ou seja, não deseja ir para a escola.
– Falta de motivação ou desânimo para fazer tarefas diversas, inclusive aquelas associadas ao auto cuidado.
– Dificuldade nos reflexos quanto ao campo da percepção acompanhada de posturas que indicam passividade.
– Surgimento de enfermidades psicossomáticas – a exemplo de dores de cabeça, enjoo, vômitos, dificuldades digestivas e intestinais, queda na imunidade, erupções na pele, esquecimento, entre outros.
Aos pais que não observam os seus filhos, recomenda-se que ao testemunhar alterações comportamentais, queixas de pessoas próximas sobre a mudança deles, acenda o alerta. Não ignore, os pais que não dão a devida atenção para filhos vítimas de abusos, formará um adulto altamente comprometidos na saúde emocional ou quem sabe, pode vir a se tornar predadores também.
* Uemerson Florêncio – (Brasileiro) Empreendedor. Treinador, palestrante e correspondente internacional onde expõe sobre a análise da linguagem corporal, gestão da imagem, reputação e crises.