Armando Correa de Siqueira Neto*
O calendário maia prevê que no ano 2012 encerra-se um ciclo – a Era do Jaguar – com duração de 5125 anos. De acordo com tal crença, eles prenunciaram alguns cataclismos cuja finalidade é a de encerrar mais um período, a exemplo de outros ocorridos anteriormente – há estudos acerca do fulminante impacto causado pela queda de um asteróide na península de Yucatán, no México; erupções gigantescas do vulcão Toba, na Indonésia. Coincidentemente, na atualidade, vê-se considerável número de desastres naturais em variados lugares, com certa frequência. Possíveis confirmações?
Prever mudanças significativas no planeta não é uma novidade, ao contrário, o seu hábito transcorre desde há muito tempo, e pode ser observado em diversas culturas, das mais antigas às contemporâneas. No Novo Testamento há um capítulo destinado a tal comunicação: o Apocalipse. O Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos, versa sobre o Julgamento (52:7-9), por exemplo, além de outras religiões e doutrinas que se baseiam num futuro fatal para se organizarem e caminharem, no presente, na direção da salvação, segundo as suas diretrizes, tal como fez a civilização etrusca na península itálica, séculos antes da Era Cristã. Vale lembrar, ainda, das profecias de Nostradamus (1503-1566) para 2012. Contudo, não se pode garantir que estes eventos ocorrerão de fato. Só o tempo responderá devidamente.
O que se analisa aqui, no entanto, não é a previsão em si, mas o modo como as pessoas reagem frente às possibilidades, sobretudo se elas anunciam obscuro e terrificante porvir para as suas vidas. Então, que comportamentos entram em cena (ou se acentuam) mediante a percepção (ainda que hipotética) do perigo que faz emergir rápida e automaticamente o medo? O que o temor pode desencadear na pessoa se a insegurança lhe tomar conta e o desastre lhe parecer inevitável? Que respostas comportamentais se obtêm quando se confrontam estímulos apavorantes e informações genéticas que exigem sobrevivência e adaptação constantes?
É claro que o perigo não é tão iminente a ponto de se jogar tudo para cima e sair correndo, mas as datas estabelecem prazos e a contagem regressiva opera-se naturalmente na cabeça do ser humano – mesmo para os céticos, que são dotados igualmente de genes, cérebro, percepções e emoções. O frenesi ganhará terreno com a proximidade do ano previsto e muito se falará a seu respeito. Será possível que algum tipo de descontrole, ainda que inconsciente, e impulso à quebra das regras busca satisfazer o pouco tempo restante, e aplacar, ainda que autoenganadamente, o estresse que se perpetua diariamente com o avizinhamento da eventual catástrofe? A imensa capacidade imaginativa pode causar conturbações reais e exigir do seu autor resposta à altura daquilo que se provocou? A mente é tão poderosa que antecipa o mal-estar (e consequências responsivas) que somente caberiam à época e à veracidade correspondentes? A crença pode se passar por verdade antes mesmo de se operar o fato?
Eis algumas questões para se refletir frente ao medo que pode se instalar a partir das influências de elevada estatura acerca das catastróficas previsões de 2012. Como você pretende reagir doravante, ainda que as inevitáveis mudanças naturais sejam consideradas na ponderação?
*Armando Correa de Siqueira Neto é psicólogo (CRP 06/69637), diretor da Self Consultoria em Gestão de Pessoas, palestrante, professor e mestre em Liderança pela Unisa Business School. Coautor dos livros Gigantes da Motivação, Gigantes da Liderança e Educação 2006. E-mail: [email protected]
É tempo de começaemos a pensar sobre isto, mesmo que o Grande Final não aconteça, os pequenos estão se concretizando o tempo todo. Tempo de nos reavaliarmos em todos os sentidos.Selecionarmos os verdadeiros valores, melhorarmos a nós mesmos, aprimorarmos nossos ideais, mesmo que tude aparentemente continue igual, nós seremos diferentes.
Continue escrevendo, está muito bom !!!!!