Os oitenta anos da entrada em combate da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial e os sessenta anos da Revolução de 31 de Março assinalam o posicionamento definitivo do Brasil em favor da democracia.
Vinte anos os separam: o enfrentamento do totalitarismo em distantes campos de batalha, da neutralização de outro totalitarismo que pretendia fazer do Brasil mais um campo de batalha de sua guerra permanente contra a liberdade.
Foram dois momentos angustiantes, em que pairava sobre a sociedade brasileira imensa
incerteza sobre os destinos do País em face das ameaças verberadas pelos líderes totalitários contra o Ocidente, traduzidas aqui em propaganda, subversão, intentonas e atentados.
Em 1944, o Brasil foi à guerra e venceu. Venceu, do descrédito plantado pelos agentes nazistas, até o inimigo experimentado e bem posicionado nas alturas gélidas dos Apeninos, tudo superado pelo patriotismo e bravura dos combatentes da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária comandada pelo General Mascarenhas de Moraes, que contava com o Tenente-Coronel Castello Branco como chefe da Seção de Operações da Divisão. Terminada a Campanha da Itália, Mascarenhas e Castello Branco
vieram juntos depositar os louros da vitória no Altar da Pátria, em Guararapes.
Em 1964, o Brasil venceu porque disse não à guerra. A guerra fratricida incitada pela ideologia. Quando a indisciplina armada lavrou em suas fileiras, ameaçando as autoridades e as instituições nacionais, as Forças Armadas empreenderam o Movimento Cívico-Militar de 31 de Março, que teve em Castello Branco o presidente que institucionalizou o regime pelo exemplo de dedicação, discrição, decoro e competência, seguido por todos seus sucessores.
A participação efetiva na Segunda Guerra Mundial e a preservação da ordem institucional democrática em meio à Guerra Fria foram acontecimentos determinantes para o Brasil se tornar o grande país que é hoje.
Quando a guerra, mais uma vez, feriu o Brasil, a sua Marinha assumiu largo espaço de
responsabilidade no Atlântico Sul, comboiando milhares de navios aliados e combatendo submarinos inimigos. O Exército se mobilizou para defender pontos estratégicos do território nacional ameaçados de invasão e enviou uma divisão de infantaria completa para combater no norte da Itália. E a recém criada Força Aérea, além de patrulhar a nossa imensa costa à caça dos submersíveis do adversário, foi à Itália, com uma esquadrilha de ligação e observação e com o 1º Grupo de Aviação de Caça. Seus feitos, seus mortos e seus heróis falam por si nessa epopeia gloriosa.
Foram essas mesmas Forças Armadas que, em 1964, repudiaram a quebra da hierarquia e da disciplina para defender o Brasil de mais uma agressão. Agressão dessa vez perpetrada pela União Soviética e seus satélites, que trouxeram a guerra revolucionária aos nossos campos e cidades, usando brasileiros para assassinar compatriotas, aterrorizar a população e instalar um regime comunista no País. Conscientes de seu compromisso com a Nação as Forças Armadas cumpriram o seu dever de defendê-la do inimigo, interno e externo, como sempre o fizeram. Se não lhes faltaram feitos, mortos e heróis nessa guerra, também não lhes falta glória, no silêncio da compreensão do seu papel de pacificar o País.
Neste 31 de Março, o Clube Naval, o Clube Militar e o Clube de Aeronáutica, coerentes com suas tradições e seus pensamentos, reverenciam a coragem e o desprendimento daqueles que protagonizaram esses momentos de grandeza que devem ser relembrados e preservados na História do Brasil.