Familiares, jogadores e ex-jogadores de polo aquático encabeçam uma verdadeira torcida organizada para a seleção masculina da modalidade, e o público que tem ido ao Parque Aquático Maria Lenk vem aprendendo a torcer de uma forma que lembra muito a dos estádios de futebol.
“A torcida está sabendo o momento de apoiar. Apesar de hoje a gente não ter ajudado muito, eles deram um show à parte”, elogiou Felipe Perrone, depois da derrota de 9 a 4 para a Grécia. “A gente conta com a ajuda deles nas quartas-de-final.”
Na próxima fase, o Brasil enfrenta a Hungria às 20h50 e quem perder está fora da disputa por uma medalha.
Das arquibancadas, cantos conhecidos do futebol como o “guerreiro, time de guerreiros” se misturam com uma característica peculiar do polo: a importância da defesa. Sempre que a bola ia para o campo do Brasil, a torcida repetia um: “Uh! Defesa! Uh! Defesa” para apoiar os atletas.
Com o fim das provas de natação, o polo aquático começará a jogar no Estádio Aquático Olímpico, e o coro só deve crescer. “Catorze mil pessoas pode ser uma ajuda a mais. Nosso sonho era estar lá e vamos estar. E pode ser um sonnho maior ainda”, afirma Perrone.
Colega de Perrone, Felipe Silva conta que muitos jogadores e ex-jogadores do esporte estão na torcida e comemora o fato de ela estar aprendendo a admirar o polo. “Essa era a nossa ideia. Fazer o povo brasileiro se apaixonar pelo polo. Não tenho dúvida de que todo mundo que está vindo está gostando”.
A contadora Giovana Miceli, de 30 anos, assistiu ao polo aquático pela primeira vez na partida de ontem e se surpreendeu. “Achei bem interessante. É um esporte que pra mim é novo, mas é bem dinâmico”, disse. Ela procurou na internet algumas regras para não ficar perdida durante a partida. “Foi uma improvisada para poder acompanhar o jogo”.
Derrota
Ao perder para a Grécia, o Brasil teve sua primeira derrota nos jogos olímpicos. O país já está classificado para a próxima fase e a última vitória havia sido contra a Sérvia, considerada melhor do mundo na modalidade.
Para o técnico, Ratko Rudic, tanta empolgação com o jogo histórico pode ter atrapalhado. “O resultado é consequência de jogo. Seguramente que nós estávamos vivendo em um estado de euforia depois da vitória contra a Sérvia. É como se, no basquete, uma equipe ganha os Estados Unidos”.
Perrone concorda com a avaliação: “Foi uma emoção muito grande pra gente. Estar classificado contra a servia foi demais, e é dificil voltar. Mas ainda bem que foi nesse jogo”.