Tocha olímpica é recebida no Rio com muito samba e multidão de curiosos

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1034394-rj_03082016-_dsc3323Três meses depois de sua chegada ao Brasil, e após de percorrer 324 cidades de todos os estados, a tocha olímpica foi recebida nesta quarta-feira (3), no Rio, por jornalistas e fotógrafos de todo o mundo, além de voluntários, agentes de segurança e uma multidão de curiosos, ao som de muito samba. De hoje até sexta-feira (5), dia da abertura oficial dos Jogos Olímpicos, a tocha terá cruzado cerca de 30 bairros da capital e percorrido quase 100 quilômetros.

Em um dia nublado e com baixa temperatura, a tocha chegou à Escola Naval por volta das 9h, trazida de barco pelas águas da Baía de Guanabara pelos velejadores Torben e Lars Grael, que a entregaram ao prefeito Eduardo Paes. Os irmãos Torben e Lars estão entre os brasileiros que mais receberam medalhas olímpicas.

Nos três dias em que percorrerá a cidade antes de se fixar na Candelária, onde ficará a Pira Olímpica, a tocha terá andado de VLT (veículo leve sobre trilhos), passado por rodas de samba, passeios de barco  e até “surfado” com Ricardo Fontes de Souza, o Rico, nas ondas da Praia da Macumba.

Ao receber o símbolo dos Jogos, Paes destacou a importância do evento para o Rio de Janeiro e para o Brasil e o espírito de superação de cada atleta. “Este é, sem dúvida, um momento especial para a nossa cidade e para o nosso país. É também, um momento em que se celebra o espírito de superação de cada atleta.”

Da Escola Naval, o prefeito seguiu de van até um ponto de onde seguiu a pé até o local onde se encontrava a estudante Rebeca Moraes dos Santos, aluna do 9º ano do Ginásio Experimental Olímpico Juan Antonio de Samaranch, localizado em Santa Tereza. Emocionada, Rebeca carregou a tocha até a Estação Santos Dumont do VLT. “Embora não esperasse [participar da festa], é uma emoção muito grande  estar aqui”, disse a estudante.

Em meio a muita gritaria dos que assistiam à passagem da tocha, além de sambistas e de baterias das escolas de samba Estação Primeira de Mangueira, Portela  e Unidos da Tijuca – estrategicamente distribuídas nos poucos mais de 600 metros que separavam a estudante da estação do VLT, o símbolo olímpico seguiu para a Cinelândia. Ali, nas proximidades do Theatro Municipal, já a aguardava o gari Renato Sorriso, um dos personagens mais conhecidos do Rio, desde que foi flagrado sambando e sorrindo, enquanto fazia seu trabalho na Passarela do Samba, por ocasião do desfiles das escolas do Grupo Especial do carnaval carioca.

O clima de festa, então, já era total. E o samba continuava. Na Cinelândia, a Escola de Samba Paraíso do Tuíuti, que faz parte do Grupo 2 do carnaval, também aguardava a chegada da tocha olímpica. “É um momento único, indescritível. É a primeira olimpíada na América do Sul, e acho que o evento vai proporcionar muitos ganhos para a cidade. E acho que a gente tem mais é que curtir muito”, vibrava Karine Fernandes, estudante de 24 anos, em meio às dezenas de pessoas que aproveitavam para tirar selfie com a imagem do símbolo dos Jogos.

Ao lado de Karine, Denis Monteiro, de 75 anos, era só alegria. “Estou muito feliz. Para mim, é um grande evento, que vai ajudar muito o país.”

A tocha olímpica chegou ao Brasil no dia 3 de maio e, desde então, já foi conduzida por centenas de pessoas que, de alguma forma, estão inseridas no cotidiano da cidade e foram selecionados para desfrutar do privilégio de tê-la, ainda que por instantes, nas mãos.

Em frente ao Theatro Municipal, o gari Renato Sorriso passou a tocha para a atriz e produtora Carla Camurati, que onde seguiu para a Cidade do Samba, onde a primeira parte do evento na capital foi encerrada.

No local, a família Rodrigues do Carmo assistia unida à festa feita para receber a chama olímpica, uma tradição milenar que teve início na Grécia antiga.

Tiago do Carmo, de 32 anos, embora emocionado, lembrou que o país passa por um momento difícil. “Eu estava explicando à minha mãe: mesmo em meio à crise e ao momento adverso por que passa o país, o espírito olímpico é muito bom tanto para o nosso estado quanto para o país. E a gente vê, independentemente da crise, a alegria e a união do povo. Então, é algo que soma, que alívio a dor e o sofrimento de alguns. É muito bom ver estar alegria estampada no rosto de todos”, disse Tiago.

Levando nos ombros o filho Pedro Miguel, de 6 anos, Tiago se dividia na exaltação ao símbolo: “Acho legal essa bagunça toda, é a primeira vez que eu vejo [a tocha] e vou torcer para o Brasil. Mas eu gosto mesmo é de shopping”.

Agora à tarde, a tocha percorre cidades da Baixada Fluminense. O percurso, que começou em Duque de Caxias, inclui ainda as cidades de São João de Meriti, Nilópolis, Belford Roxo e Nova Iguaçu.

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