O mau estado de conservação do gramado aumenta o risco de lesões, e as falhas no campo vão dificultar os passes, disse o técnico Dunga nesta segunda-feira, véspera do amistoso da seleção brasileira contra o Japão em Cingapura.
O campo do Estádio Nacional, parte central no complexo esportivo de Cingapura construído ao custo de 1 bilhão de dólares, tem sido fortemente criticado, enquanto equipes se esforçam na recuperação do gramado apesar do clima tropical e do uso frequente para shows e eventos esportivos variados.
O Brasil treinou no gramado remendado pela primeira vez nesta segunda, e os jogadores sofreram para correr e passar a bola diante dos vários buracos tapados com areia.
A exemplo do clube italiano Juventus, que ao jogar um amistoso no campo de Cingapura em agosto preferiu poupar seus jogadores mais destacados, Dunga também se mostrou cauteloso com o elenco brasileiro, num gramado que a própria Associação de Futebol de Cingapura disse estar “muito aquém dos padrões internacionais esperados”.
“O time do Brasil vai sempre tentar produzir um bom espetáculo, mas para isso é preciso ter boas condições”, disse Dunga a jornalistas nesta segunda-feira.
“O campo… provoca a possibilidade de lesão nos jogadores, porque há muita areia, e eu espero que a areia não crie buracos no campo durante a partida, mas é um risco que vamos ter que correr”, acrescentou.
“A maior parte do campo é areia e não grama, e é uma mistura de grama sintética com natural, mas tem mais sintética do que natural. Vai ser difícil passar a bola nessas condições.”
LONGA VIAGEM
Dunga pode poupar alguns dos principais astros do time, como o atacante Neymar, na partida de terça-feira no novo estádio com capacidade para 55 mil pessoas.
O treinador disse estar preocupado em colocar muita demanda sobre o elenco, que derrotou a arquirrival Argentina por 2 x 0 no clássico disputado no sábado na China.
“Eu quero usar todas as seis substituições, porque os jogadores tiveram que passar por uma longa viagem até a China, e as condições de poluição estavam muito ruins, então eles estão muito cansados por causa disso”, disse.
Dunga, que retornou ao comando da seleção no lugar de Luiz Felipe Scolari após a Copa do Mundo em casa, em que o Brasil perdeu de 7 x 1 para a Alemanha na semifinal, acumula três vitórias em três jogos disputados até o momento, com nenhum gol tomado, e não quer perder a oportunidade de aprimorar ainda mais o contra-ataque.
“Vou conversar com os jogadores para saber o quanto estão cansados e se estão prontos”, disse.
“Não quero mudar demais já que temos cinco novos jogadores no novo time titular… então não faz sentido mudar o tempo todo e substituir jogadores, porque precisamos criar confiança para que possam jogar em equipe”, acrescentou.
Agência Reuters.