Com um dos maiores acervos de arte sacra do Brasil, o estado do Rio de Janeiro deve terminar, até o início de 2013, o inventário de mais três regiões: serrana, Médio Paraíba e centro-sul.
O trabalho do Departamento de Bens Móveis e Integrados do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) já foi concluído no norte e noroeste do estado e na Baixada Litorânea, resultando na publicação de dois livros. Até o início de 2014 deve ser feito o levantamento da Costa Verde e Baixada Fluminense, para, até o final de 2014, fazer o inventário da arte sacra da cidade do Rio de Janeiro.
O diretor do departamento, Rafael Azevedo, lembra que o trabalho começou em 2008, no interior do estado. “Estamos lidando com um acervo que é alvo de grande especulação e interesse dentro do mercado de arte do Brasil e fora do Brasil. Com isso, nós procuramos remediar essa perda silenciosa que a gente tem tido de acervos que são roubados ou furtados, que saem de maneira ilícita de alguns desses monumentos históricos do Rio”.
Azevedo explica que o trabalho é minucioso e começa com pesquisa em arquivos e documento, para saber onde ir e o que procurar. “Com a referência do que procurar, a equipe vai ao local e identifica o que realmente tem importância histórica, litúrgica, artística, estética, enfim, a equipe vai fazer esse diagnóstico e lança no sistema que nós temos online, para ser analisado pela equipe de escritório. Essa equipe do escritório faz uma revisão e aprofunda as análises estilísticas, iconográficas e ornamentais de cada peça”, diz o coordenador do projeto.
Rafael Azevedo lembra que um dos objetivos do trabalho é dar auxílio técnico e mapear os que locais precisam de ações emergenciais, para direcionar melhor as políticas de proteção em cada região.
O diretor do Inepac, Paulo Vidal, explica que, além da arte sacra, o órgão também está fazendo outros inventários, como o da arquitetura rural fluminense, principalmente nas fazendas do ciclo do café do vale fluminense, e também do patrimônio imaterial. Ele diz que o levantamento é o primeiro passo para proteger os bens culturais.
“O inventário é uma ação sistemática que o Inepac faz, em diversas áreas, e é a primeira etapa para possibilitar a posterior proteção dos bens culturais. São trabalhos que já vêm sendo feitos a longos anos, e que são a etapa de reconhecimento dos bens culturais existentes no nosso estado, e a primeira etapa então para a preparação de uma política de promoção e salvaguarda desses bens”.
Agencia Brasil