Processo de indicação de diretores

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Por meio do voto, todos os atores da comunidade escolar participaram

Pais, estudantes e servidores aprovam o processo de indicação de diretores. O processo de indicação de diretores e vices envolveu toda a comunidade ligada às escolas estaduais de Minas. Nesse domingo (5), a família pôde exercer o direito de contribuir na decisão do futuro da escola, jovens tiveram a chance de participar pela primeira vez de um processo de votação organizado e servidores deram suas opiniões sobre o andamento das escolas. Por meio do voto, todos os atores da comunidade escolar participaram do processo e a maioria aprovou a chance de poder opinar. Para muitos votantes, depositar o voto na urna foi um programa de família. Na Escola Estadual Padre Eustáquio, em Belo Horizonte, por exemplo, a família Pires Reis da Cruz compareceu unida às urnas. Gabriela Pires Reis da Cruz é mãe de Matheus, de 10 anos, e de Ana Beatriz, de seis. Em pleno aniversário do filho ela fez questão de depositar seu voto e mostrar aos jovens a importância do processo. “Sempre que possível a gente está vindo à escola, participando das atividades. Achei importante mostrar para eles que é essencial que a gente exerça nosso direito”, explica. Já na Escola Estadual Júlia Lopes, no bairro Saudade, região leste de Belo Horizonte, Rosilene de Almeida Costa, também fez valer o direito da família. Mãe de Eduarda Heloisa de Almeida Santos, de nove anos, e de Kathny Bárbara de Almeida Alves, de 13 anos, ela preza pelo desenvolvimento da escola. “É a segunda vez que participo de um processo de indicação. Eu voto para tentar melhorar a escola. A votação é muito simples e é muito interessante a abertura que a escola dá ao ouvir os pais e alunos”.

Juventude votante

Entre os jovens, o direito ao voto marcou a possibilidade de interferir no futuro da escola e também ofereceu a chance de participar de um processo de votação, que em alguns aspectos se assemelha ao período eleitoral para a escolha dos líderes dos representantes do executivo. No processo de indicação de diretores, todos os jovens maiores de 14 anos têm direito ao voto e em uma das maiores escolas de BH eles fizeram questão de participar.

Na Escola Estadual Governador Milton Campos, o Estadual Central, estudam cerca de quatro mil alunos e muitos deles foram às urnas. “É uma boa iniciativa dar aos alunos a oportunidade de escolher quem nos guiará nesses próximos anos de ensino. Para mim, todo mundo tem o direito de escolher. Em política, cada um deve ter a sua liberdade de escolha”, afirma Jean Pedro Gonçalves, de 16 anos, aluno do 1º ano do ensino médio. Na Escola Estadual Antônio Rigueira da Fonseca, em Ribeirão das Neves, os estudantes tiveram muitas opções. Três chapas concorriam no processo de indicação. O aluno do ensino médio Mateus Henrique Rodrigues, de 14 anos, se pautou pelo dia a dia da escola para escolher seus candidatos. “Eu conheço os candidatos de perto, pois são pessoas que trabalham na escola. Os alunos sabem se são bons professores, de fácil contato. Procurei observar isso. Hoje estudo aqui, mas amanhã serão meus filhos. As escolhas começam agora”, avalia.

Servidores depositam seus votos

Além de pais e alunos, os servidores das escolas também participaram do processo de indicação. Dos professores aos auxiliares administrativos, muitos foram às urnas contribuir. Na Escola Estadual José Bonifácio, bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte, apenas uma chapa participou do processo. Nem por isso, a auxiliar da secretária Marli Santos Olindo deixou de votar. Servidora da escola há dois anos, Marli quis exercer seu direito. “A participação da comunidade escolar torna o processo de escolha de diretores muito mais democrático. Essa é a maneira que temos para nos expressar, seja a favor ou contrária à chapa atual”, explica. No Instituto de Educação de Minas Gerais (Iemg), a professora do 5ª ano do ensino fundamental, Soraia Costa Rodrigues resolveu contribuir de outra forma. Ela é presidente da comissão organizadora do processo de escolha na escola e garantiu que no Iemg, que atende a cerca de seis mil alunos, toda comunidade escolar participou. “O processo de campanha foi muito sadio, questões relevantes foram abordadas, houve um bom acordo entre os candidatos. Nos surpreendeu a quantidade de pais que vieram votar, foram muitos. A comunidade está participando em peso”, explica Soraia.

Indicados

A partir de agosto, as escolas estaduais de Minas estarão sob nova direção e a escolha de quem vai ocupar os cargos de diretores e as funções de vice-diretores aconteceu nesse domingo. A comunidade escolar ligada à rede estadual de ensino se mobilizou para votar no processo de indicação que aconteceu em mais de 3,5 mil escolas do Estado. Pais, alunos e servidores exerceram seu direito ao voto e o processo aconteceu tranquilamente na grande maioria das escolas. A previsão é de que todos os diretores sejam nomeados até o final de julho e iniciem suas atividades à frente da escola a partir de agosto. Foi a 7ª vez que a comunidade escolar foi às urnas para exercer seu direito de escolha, a primeira foi em 1991. Segundo a diretora de Gestão e Desenvolvimento de Servidores Administrativos e de Certificação Ocupacional, Éder Quintão, que acompanha os processos no órgão central da Secretaria de Estado de Educação há seis edições, a votação transcorreu de forma tranquila. “Foi, sem sombra de dúvidas, um dos processos mais organizados que já tivemos. A Secretaria vem aperfeiçoando as normas e hoje o processo está muito claro”, explica. A maioria das escolas já conhece os candidatos indicados aos cargos de diretores e as funções de vice-diretores. A apuração dos votos aconteceu ao fim da tarde de domingo e a comissão organizadora já divulgou os resultados. Nas escolas onde aconteceu empate entre chapas, uma nova votação acontecerá no dia 12 de junho. Em caso de novo empate, a chapa será escolhida de acordo com critérios de desempate previstos no edital, como nota na última avaliação de desempenho, tempo de serviço na escola, entre outros. Já nas escolas que tiveram chapa única e a chapa não conseguiu o mínimo de 50% dos votos, contando brancos e nulos, cabe ao colegiado escolar indicar os diretores e vices. As comissões organizadoras de cada escola agora devem encaminhar as atas de votação para as Superintendências Regionais de Ensino (SREs). Cada SRE vai inserir os dados em um sistema criado pela Secretaria. Os indicados pela comunidade escolar para os cargos de diretores serão nomeados pelo governador do Estado, Antonio Anastasia, já os indicados para a funções de vices serão designados pela secretária de Estado de Educação, Ana Lúcia Gazzola.

Plantão

Tanto o órgão central da SEE, quanto as Superintendências Regionais mantiveram um plantão durante o domingo para sanar dúvidas das comissões organizadoras do processo nas escolas. Segundo Éder Quintão, em todas as 47 SREs a votação aconteceu com poucos incidentes e dentro do horário. “O período de plantão foi tranquilo. Tivemos apenas atrasos nas Superintendências de Barbacena e Caratinga, nas quais o período de votação teve de ser estendido. O processo, contudo, foi finalizado ainda ontem nessas duas SREs”, explica.

 

Agência Minas

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