Mostra no Sesi Cultural do Rio homenageia carreira do ator e jornalista Haroldo Costa

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Com uma trajetória de mais de 60 anos na cultura brasileira, o jornalista, ator, compositor, produtor e diretor de rádio, televisão e cinema Haroldo Costa é o homenageado no Sesi Cultural, no Rio de Janeiro, com uma retrospectiva de sua carreira. Aberta ao público na semana passada, a mostra Haroldo Costa – Samba & Outras Coisas tem como destaque uma exposição de fotografias, algumas inéditas, que revelam as múltiplas facetas do artista e profissional da comunicação, nascido no Rio de Janeiro em 1930.

 

Muito conhecido por seu trabalho como comentarista dos desfiles das escolas de samba durante o carnaval, Haroldo Costa ingressou na vida artística por meio do Teatro Experimental do Negro, fundado por Abdias Nascimento. No início da década de 50, juntou-se a outros atores e dançarinos para formar o grupo que empreendeu a turnê Brasiliana. Durante cinco anos, a turnê circulou por 25 países da Europa e da América Latina, divulgando ritmos e danças da cultura popular brasileira.

 

De volta ao Brasil, em 1956, Haroldo Costa foi protagonista de outro marco cultural: o papel-título de Orfeu da Conceição, peça teatral musicada de Vinicius de Moraes, que inaugurou a parceria do poeta com o compositor Antonio Carlos Jobim. O convite de Vinicius fêz de Haroldo o primeiro ator negro a pisar o palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, num espetáculo em que os cenários eram de Oscar Niemeyer e o cartaz de autoria de Carlos Scliar.

 

Curadora da mostra, a jornalista e pesquisadora Eli Rocha mergulhou no vastíssimo acervo pessoal do homenageado. “O material pesquisado era tão extenso que foi necessário destacar quatro nichos de atividades para organizar a exposição”, afirma.

 

O rádio e a televisão são um desses nichos. A partir dos anos 60, Haroldo participou de momentos históricos nas rádios Mayrink Veiga e MEC. Na TV, escreveu, produziu e dirigiu programas e atuou em seriados e novelas nas emissoras Excelsior, Continental, Tupi, Manchete e Globo. Também historiador da música popular e do carnaval, é autor de mais de dez livros, dois deles dedicados à sua escola de coração – Salgueiro: Academia do Samba (1984) e Salgueiro: 50 anos de glória (2003).

 

Além da exposição de fotos, também fazem parte da mostra a realização de talk-shows conduzidos pelo próprio Haroldo, no Teatro Sesi, sempre às 12h30. O bate-papo regado a samba teve início na última sexta-feira (11), com a presença de Tiãozinho Mocidade, e também será realizado no próximo dia 25, com a cantora Ithamara Koorax.

 

O destaque da programação de hoje (16) é a pré-estréia do documentário O Samba Mandou Me Chamar, que Haroldo Costa dirigiu, juntamente com Pedro Flores da Cunha. “O filme é uma visão de quatro crianças, duas do Rio – uma da Mangueira e a outra da Beija-Flor – e duas de São Paulo, da Vai-Vai e da Nenê de Vila Matilde, sobre o mundo do samba: como é que elas se sentem, como foram atraídas, como é relação delas com os outros da escola”, explica Haroldo. No cinema, ele também dirigiu Um Desconhecido Bate à Porta, realizado em 1958, com Yoná Magalhães e Paulo Goulart no elenco e músicas de Tom Jobim, Vinicius de Moraes e João Gilberto.

 

Agência Brasil

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