O Ministério Público do Piauí (MP) solicitou à prefeitura de Teresina que atenda às reivindicações dos estudantes em protesto há dez dias na capital. Eles querem a suspensão do reajuste das tarifas dos ônibus urbanos, que passaram de R$ 1,90 para R$ 2,10, e alterações no sistema de integração no transporte.
“Não havendo negociação, o Ministério Público vai analisar o que pode ser feito para resolver o impasse”, disse à Agência Brasil o promotor de Justiça da Fazenda Pública Fernando Campos.
A assessoria da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Piauí confirmou uma reunião ainda hoje (12), às 19h, para decidir a posição da ordem no conflito. A entidade condenou a agressão sofrida pelo advogado Enzio Manuela, que defende o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
De acordo com a assessoria, o advogado foi agredido pelos policiais durante as manifestações ocorridas ao longo desta semana. Há relatos que ele teve o pescoço pressionado e sofreu um corte na testa. A OAB entregou uma representação para a Polícia Militar (PM) pedindo o afastamento imediato dos policiais envolvidos. Por enquanto, não obteve resposta.
Na terça-feira (11), de acordo com policiais e estudantes, a manifestação registrada em Teresina, no final da tarde, foi pacífica. Os estudantes ocuparam apenas um lado da Avenida Frei Serafim e não houve confrontos com a polícia. O coordenador de formação política do DCE da UFPI, Floro Manuel, disse que os policiais não agiram com repressão na terça-feira por causa da repercussão nacional do conflito.
O comandante-geral da Polícia Militar do Piauí, coronel Rubens Pereira, disse à Agência Brasil que os riscos de conflitos entre policiais e manifestantes foram reduzidos. “[Mas] a situação está insuportável”, alertou o coronel. “Se as manifestações continuarem como a de ontem (terça-feira), não haverá mais confronto com a polícia”, acrescentou.
Os protestos começaram no dia 2. As manifestações levaram à detenção de 17 estudantes, dos quais nove ainda estão sob guarda da polícia. Durante os protestos ônibus foram queimados e a uma árvore de Natal em tamanho gigante, colocada pela prefeitura, foi destruída, segundo informações da Polícia Militar.
Agência Brasil